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Mostrando postagens de setembro, 2011

Só somente cego, só a mente cega...

“Por que foi que cegámos, Não sei, talvez um dia se chegue a conhecer a razão, Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que veem, Cegos que, vendo, não veem” “O medo cega, disse a rapariga dos óculos escuros, São palavras certas, já éramos cegos no momento em que cegámos, o medo nos cegou, o medo nos fará continuar cegos, Quem está a falar, perguntou o médico, Um cego, respondeu a voz, só um cego, é o que temos aqui.” “Lutar foi sempre, mais ou menos, uma forma de cegueira, Isto é diferente, Farás o que melhor te parecer, mas não te esqueças daquilo que nós somos aqui, cegos, simplesmente cegos, cegos sem retóricas nem comiserações, o mundo caridoso e pitoresco dos ceguinhos acabou, agora é o reino duro, cruel e implacável dos cegos, Se tu pudesses ver o que eu sou obrigada a ver, quererias estar cego, Acredito, mas não preciso, cego já estou, Perdoa-me, meu querido, se tu soubesses, Sei, sei, levei a minha vida a olhar para den

Compromisso com o humano na essência

Escritor lança um olhar novo sobre o passado, que ilumina a esperança de uma vida mais humana Nascido em Presidente Prudente, São Paulo, Rubens Shirassu Júnior é jornalista, escritor, revisor, diagramador e ilustrador, tendo “herdado” o pendor para esses ofícios de seu pai, Rubens Shirassu, autor de radionovelas e produtor de “Cortina de Veludo”, programa radiofônico que mesclava crônicas e canções. É autor de “Oriente-se - Manual de Procedimentos no Japão” , escrito após dois anos de residência naquele país, uma das obras precursoras, no Brasil, na utilização do formato e-book para vendas on-line. Seu conto “O descobrimento de Augusto” foi selecionado para integrar a antologia “Conto Paulista”, publicada pelo SENAC em parceria com a Editora Escrita. Tendo trabalhado em vários veículos de comunicação, a riqueza oriunda de sua formação eclética e suas diversificadas experiências profissionais estão todo o tempo presentes em seu trabalho, de maneira expressa ou latente, revelando

Troféu "Benjamin Resende"

Uma homenagem para quem produz arte Carlos Freixo, Suley Mara e Rubens Shirassu Júnior Escritor (1º da dir. para esq.) divulga Presidente Prudente em outros Estados David Aquino, Benjamin Resende, agradecendo pela homenagem e pelo troféu, Carlos Freixo, da APE, (1º da dir. para esq.) No último sábado, ocorreu a homenagem a 19 personalidades que fazem cultura hoje em Presidente Prudente. Numa noite despojada, fugindo do formato do evento, o Sarau Solidário Raízes Prudentinas, título referente aos três livros de memórias publicados por Benjamin Resende, do Conselho Editorial do Oeste Notícias, teve momentos de extrema beleza, encanto, apuro técnico e harmonia, entre outros, os corais Vozes Prudentinas e Feminino Apampesp, a beleza na coreografia do bailarino Nélio de Paula, como também a contradição dos sons dodecafônicos, criativos e a harmonia complexa da música de John Coltrane, em brilhante improviso instrumental do grupo Soma, de jazz. Houve as belas paisage

Sarau homenageia quem produz cultura em Presidente Prudente

 Os contemplados receberão o troféu “Benjamin Resende” Visando homenagear aqueles que produzem cultura em Presidente Prudente, a Associação Prudentina de Escritores (APE), em parceria com a Secretaria de Cultura e Turismo, promove neste sábado (17.09), às 19h30, o Sarau Solidário Raízes Prudentinas , no Centro Cultural Matarazzo, na vila Marcondes. Os homenageados receberão o troféu “Benjamin Resende”, conforme a categoria: Arte: Leonardo Ferreira, José Botosso e Josué Napoleão, Artesanato: Manoel Clemente, Cidadã: Maria José da Silva Cunha,             Dança: Beth Libório, Nélio de Paula e Grupo Ruas de Fogo,             Fotografia: Paulo Miguel, Literatura: Jesus de Burarama (Renato de Jesus Sousa e Silva), Rubens Shirassu Júnior, artigos, crônicas e poesias, Odemir Alves, histórias infanto-juvenis, Rosana Tóffoli, Toshio Koketsu, hai-kai, Museu: Ronaldo Macedo, Música: Coral Vozes Prudentinas, Fábio Inocêncio, Teatro: Garimparisos e Sílvio Moreira, Foram convidados para a cer

O que foi feito do banheiro?

A Hygienica, de 1918, design em estilo vitoriano de Manoel Guimarães In memoriam de W.C.   Será que fabricar apartamentos e casas com banheiro separado está fora de moda e não vende? De uns tempos para cá, constroem-se apartamentos ou casas com quatro suítes. O mais interessante é que, antigamente, as famílias eram bem maiores, tinha-se mais filhos. E o modelo do banheiro era um só: comunitário, grande, todo branco, de chão vermelho, com janela para o quintal, com banheira grande e branca. O que será que está mudando nesta nossa moderna sociedade de consumo? O brasileiro, de dez anos para cá, vem defecando mais? Não digo as defecadas federais, nem as estaduais, nem as municipais. Estou me referindo à nossa defecadinha honesta de todo o dia, pessoal, íntima. Ou será que foram os arquitetos que perderam o senso do ridículo? O mais interessante é que, antigamente, as famílias eram bem maiores, tinha-se mais filhos. E banheiro, um só. Ladrilho vermelho encerado ou com vermelhão. Ali

Que medo é esse, pirralho?

            Título: Que Medo é Esse, Pirralho?             ISBN:  9788562683046 Idioma: Português Encadernação: Brochura Formato: 19 x 23 35 páginas             Ano de Edição: 2011             Edição: 1ª.          Autor: Joilson Portocalvo          Ilustrador: J.Rafael             Preço: R$ 28,90 (sem frete) O escritor e contista Joilson Portocalvo, de Brasília, estará na sexta-feira, 16 de setembro, lançando o livro Que Medo é Esse, Pirralho? , às 17h30, no Colégio Dromos, sudoeste EQ SW 303/304 lote 3, Brasília, Distrito Federal. O evento é uma parceria da Editora do Centro com o apoio do Colégio Dromos, e contará com a participação de J. Rafael, ilustrador do livro.

Cartografia do sonho prudentino

Aos 94 anos de Presidente Prudente  Te vejo no melindre da língua        da história que se bifurca neste vale        sem tréguas, erma nas léguas  dos migrantes lavradores iludidos pelo canto das sereias de néon da cidade: queriam vencer na vida, como fazendeiros do ar. A língua aqui valia a palavra dada sem papel escrito nem assinatura lavrada. Levou o povo que sonha o vale verde à vala comum. Os frutos colhidos ao tempo Os homens caiados no tempo Os sonhos caídos do tempo O pesadelo diante de poucos tostões, os horizontes ceifados pelas hélices selvagens da máquina do progresso, colhendo milhões de fardos, de café, algodão, amendoim empacotado de São João Fest, fabricado em série, fora do alcance daquelas mãos, para o alto vagam onde os vagões da vida descarrilham. Te vejo, homem da roça, suplicar uma providência,/ do divino, quem lembra? Prevalece, prefalece vale onde me fundo: alma e lama do mesmo barro. Cresce o poema sem adubos nem manifestos onde a cerca de estacas c

Agenda Matarazzo / Setembro de 2011

Literatura Atividades Gratuitas De 1 a 30, de segunda a sexta-feira, às 9 e 14h Dia D... Contação de Histórias Autor do Mês: Maria Antonia Pietrucci Gonzalez Este projeto visa promover o incentivo e o gosto pela literatura através de dramatizações, teatro de fantoches e artes plásticas. Pede-se que os agendamentos sejam feitos com antecedência pelos Fones: (***18) 3226-3399/3223-7554, ramal 3326 . De 1 a 30, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h e das 13 às 17h, na Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César Projeto Dia D – Tira dúvidas Segundas e quintas (Língua Portuguesa), quartas e sextas-feiras (Matemática), terças (Geografia). Apoio e reforço escolar, com orientações e auxílio de professores. O projeto promove, também, o esclarecimento de conteudos e auxilia a pesquisa junto ao acervo da Biblioteca. De 1 a 30, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h e das 13 às 17h, na Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César Projeto Autor do Mês: Autores Pruden

Cagiano lança livro na Casa das Rosas

As feridas permanecem abertas e expostas ao calor da hora O SOL NAS FERIDAS Ronaldo Cagiano Selo Dobra Literatura Formato 14 x 21 cm 152 páginas ISBN 978-85-63550-35-4 - 2011 O escritor, poeta e crítico literário Ronaldo Cagiano estará autografando o livro O Sol nas Feridas em 21 de setembro, quarta-feira, das 19 às 22 horas, na Casa das Rosas, Avenida Paulista, Nº 37, no bairro Bela Vista, em São Paulo. Os poemas de Ronaldo Cagiano cobrem um amplo espectro de temas e formas, que vão do sentimento amoroso à reflexão indignada com os desmazelos do tempo presente. Desde o mito de Sísifo reatualizado na marcha noturna de pesadelos ao noticiário sensacionalista que explora os dramas humanos como espetáculo, a poesia ainda parece resistir como um discurso às avessas, no contrapelo do embrutecimento paulatino, diário, a que todos estamos submetidos. As feridas na consciência sempre acesa do poeta permanecem abertas e expostas ao calor da hora, num ”território labiríntico, o

Alma de pássaro II

Que manhãs e chuvas, passarinhos na pele dos caminhos? Ir pelo curso das coisas conhecendo bem o reino. Servir de ponte ou de lousa. O coração é andejo. Tênue o fio das estações, dos meses. Tênue o universo aos tombos colhe a morte! Aos tombos redemoinha. Andorinhas, Pombas, pássaros passarão. Quando cessa, abre asas no silêncio uma parte de minha liberdade bicada pelos pássaros. Alguma parte dela esqueci entre as folhas dobras de uma partitura com as borboletas de arquivo e outra o amor a consumiu fazendo música. Tantas vezes, o menino de alma de pássaro tantas vezes, desembaracei fio de cordas. Tantas vezes os juntei na calçada como quem vai e volta. Junto ao peito, Reprimido de ondas e de cordas. A dor se faz um fio elástico, como gosto sempre avaro de saliva. Engaiolamos o sono as iras. Somos o vôo rasante que se firma. ( do livro Cobra de Vidro ) 

Alma de pássaro I

As flautas sopram o vento entre as folhas do caderno de música da infância. Encadernada pauta de metal dentro das margens do palco os bicos dos flautistas sob o holofote ritmo andante passaredo allegro dois compássaros. Momento suspenso e vário feito de renda e contraste: abrindo em véu e haste. São séculos de vida amarga em cinco linhas de pauta. Momento de claro-escuro que às vezes pinta o universo em tela de renda ou muro. Dias virão verão, O jugo torna-se pomba que metamorfa um lírio branco e o tempo, a gaiola inteira: empluma, o ferro das jaulas e falas lírio lírico Juntos lutamos e juntos ascendemos num só canto num movimento de bolas que leva a alma conosco se cumprimos o fio da severa linha. De severa sorte, corda, partitura da música que se aninha onde for mais forte a pressão e o choque. Pássaros somos sem menor retorno. Depois as asas doem e as folhas tombam.                          A vigilância cobre nosso sono com gaiolas e tômbolas. Nem tempo nos deram par