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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Retrato de Exilados em Terra Própria

A face dos perdedores na história Escritor com sólidas raízes nos gêneros neo-realista e naturalista, Zelmo Denari transpõe para seus livros as veredas do regionalismo junto à rica vivência adquirida nas andanças pelo País. O fato narrado pode ser verídico ou fictício, mas sempre o envolve uma aura de realidade. Na sua ficção, monta em geral os personagens e ações sobre um momento histórico, que pode cruzar fronteiras e recriar o ciclo do mate no Mato Grosso, em Pelos Caminhos do Mate. Como seus próprios personagens, Denari é um escritor sem rodeios, simples. Sua linguagem flui em tom espontâneo, que libera a atenção do leitor para a compreensão do conteúdo, recolhido em recordações da infância e juventude ou brotado da imaginação (como mostra o seu livro “Recordações da Minha Aldeia” ). Mas é, também, uma linguagem lírica, construída talentosamente sobre a fala popular. Em Zelmo Denari, todo um contexto político-social e econômico do século XX vem à

Café Poético no Matarazzo

O projeto Encontro com a Poesia da Secretaria da Cultura, de Presidente Prudente, promoverá em 23 de fevereiro, próximo sábado, às 9 horas da manhã, o primeiro café poético do ano, com os poetas da cidade e também de localidades vizinhas, no Centro Cultural Matarazzo. O evento contará com a presença de escritores dos gêneros prosa poética, além de cronistas, romancistas, contistas, memorialistas. Cada autor poderá recitar poesias de sua autoria, como também, de poetas consagrados das literaturas nacional e internacional, ou pouco conhecidos dos meios de comunicação e do público, conforme o seu gosto particular. Após a leitura de poemas, comentários e sugestões para a agenda de programas, os aniversariantes de fevereiro, presentes no encerramento do encontro, desfrutarão de um típico café matinal, ambientado com a visão multifacetada proporcionada por aquele espaço cultural, que propõe gerar, divulgar e refletir a cultura e o modo de vida do Homem na sociedad

Manifesto das Visitantes

A primeira chegou aos berros e chamou atenção dos transeuntes que passavam ao lado. Levanta o braço direito, de punho fechado, reivindica por mais espaço com árvores. Reunidas no quartel general numa casa da Rua Régis Bittencourt, esquina com a Luiza Vernile Cilla, antiga Barão de Serra Negra, dezenas de manifestantes participam todos os dias, no primeiro horário, às 7 da manhã e, no segundo, às 17 horas de um comício desautorizado, em princípio, pelos proprietários da residência. São dos mais variados tamanhos e maior diferença de idades. No momento, estão em cima do muro, no local da concentração, uma meia dúzia de gatos e gatinhas pingados, armados de unhas e dentes, acompanham na espreita. A primeira a subir ao tablado, que era um engradado de cerveja emborcado, foi uma menina de óculos espessos, de cabelo longo amarrado em forma de rabo de cavalo.          - Rogamos pelos nossos direitos, garantidos pela Constituição, aos homens do poder! – gritou

Sarau recita a filosofia do povo

A poeta Vânia Mattos interpretando um texto (da esq. para a dir.) Banda Provisória e Paula Hanke no Sarau "Somos o q Somos" (Fotos de Altino Correia) Deu meia noite, a lua faz um claro Eu assubo nos aro, vou brincar no vento leste A aranha tece puxando o fio da teia A ciência da abeia, da aranha e a minha Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, viu? Muita gente desconhece Muita gente desconhece, olará, tá? Muita gente desconhece A lua é clara, o sol tem rastro vermelho É o lago um grande espelho onde os dois vão se mirar Rosa amarela quando murcha perde o cheiro O amor é bandoleiro, pode inté custar dinheiro É fulô que não tem cheiro e todo mundo quer cheirar Todo mundo quer cheirar, olará, viu? Todo mundo quer cheirar Todo mundo quer cheirar, olará, tá? Todo mundo quer cheirar. ( Na Asa do Vento, João do Vale e Luiz Vieira ) Em 1956, Dolo

Oficina de capacitação para criadores negros

Divulgação criada pelo MinC Se você se autodeclara negro ou negra, com idade acima de 18 anos, a Secretaria Municipal de Cultura de Presidente Prudente, promoverá em 21 de fevereiro, na próxima quinta-feira,  a Oficina de Capacitação para os agentes e gestores culturais interessados em inscrever projetos  nos prêmios oferecidos pelo Ministério da Cultura (MinC), especialmente nos Editais para produtores negros. O MinC vai investir R$ 9 milhões, garantidos nas cinco regiões do País, que serão distribuídos entre as linguagens: cinema (audiovisual), artes visuais, literatura, pesquisa acadêmica, música, dança, circo e teatro. Pelo que informa a assessoria de imprensa do Ministério da Cultura, em seu portal de notícias e editais, é uma política de reparação histórica do Governo Dilma, pois cada projeto, em área específica, contou com a parceria do Ministério da Cultura e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir). Os projetos  cultura

Recital Menu de Poesia

Convite para o recital Recital poético dedicado à obra de Cecília Meireles Dia 15 de Fevereiro (sexta-feira) das 20h30 às 22 horas Entrada Franca Organização e Apresentação: Maria Alice de Vasconcelos Uma promoção da Prefeitura de São Paulo, Secretaria de Cultura e Centro Cultural São Paulo Sua poesia, traduzida para o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, húngaro, hindu e urdu, e musicada por Alceu Bocchino, Luis Cosme, Letícia Figueiredo, Ênio Freitas, Camargo Guarnieri, Francisco Mingnone, Lamartine Babo, Bacharat, Norman Frazer, Ernest Widma e Raimundo Fagner (dois poemas: Canteiros e Motivo), foi assim julgada pelo crítico Paulo Rónai : " Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa.  Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerc

Motivo da Rosa Branca

Sobre um poema de Raquel Naveira Rosa branca brava pelo inverno do seu tempo branco do nada de pureza, branco do nada de inocência, mesmo que não caiba no formato e na grandeza do vazio do século, perdura a beleza de sua frieza, apesar de muda e solitária, imagem minimal turva esculpe uma lágrima, um coeiro estático da misantropia sob o verde campestre.

Fora de Hora

Galo de Aldemir Martins E nquanto o bafo do mormaço bate em meu rosto, ouvi apenas o canto de um galo rompendo o silêncio preguiçoso da tarde. Nem sei de onde viera, só sei apenas que estava próximo de minha casa. É apenas um galo e seu canto que trazia um clima brejeiro, de sopro vida e, isso dá uma alegria e tem uma beleza de vida simples, natural e ingênua, sem compromisso. É um momento apenas. Só sei que havia um sol escaldante e, apesar do calor sufocante, que embaralhava meus pensamentos misturando-os a um som que passa desapercebido no turbilhão de pensamentos, de pernas e veículos correndo que giram a máquina registradora do mundo da civilização. Em meio aos recursos visuais das placas e fachadas, aos múltiplos sons, a cena se perdia. Será que alguém nota o galo que canta numa tarde, em plena zona norte da cidade? Como uma figura campestre e exótica em contraste com a selva de cimento, aço, plástico e antenas. Esse nosso personagem foge

Nassif publica artigo de prudentino

Visual do Portal do economista Luís Nassif O artigo “O Furacão Jorge na Colmeia”, sobre o pensamento do escritor e compositor Jorge Mautner, relatado no documentário “Jorge Mautner, O Filho do Holocausto”, de Pedro Bial, foi publicado por Luís Nassif em seu portal Luis Nassif Online, terça-feira, 5 de fevereiro último. Quem assina o comentário é Rubens Shirassu Júnior, escritor, poeta, cronista e resenhista de Presidente Prudente, autor, entre outros, de Cobra de Vidro (poemas) e Religar às Origens(ensaios e artigos), agraciado pelo ProAC 2011 e Prêmio Canon de Poesia em 2012. Luís Nassif, renomado jornalista e colunista, pertenceu ao conselho editorial da Folha de São Paulo, escrevendo por muitos anos sobre  economia  e memória musical neste jornal. É também compositor, bandolinista e pesquisador do estilo choro. Leia o artigo completo acessando o link direto na home page: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-furacao-jorge-

Resenha no Portal da UBE

Raquel Naveira, autora de "Sangue Português" A resenha “Portugal: A Terra e o Homem em Azulejos”, de Rubens Shirassu Júnior, escritor, poeta e resenhista de Presidente Prudente, sobre o livro “Sangue Português”, de Raquel Naveira, poeta, ensaísta e conferencista de São Paulo, foi publicada no item “Espaço do Autor – Artigos e Resenhas” – do portal oficial da União Brasileira dos Escritores (UBE) em São Paulo, neste mês. Na condição de sociedade representativa em âmbito nacional, a UBE possui também personalidade jurídica e patrimônio próprio e, foi fundada em 17 de janeiro de 1958, numa fusão da seção paulista da Associação Brasileira de Escritores e da Sociedade Paulista de Escritores. A entidade sucedeu à Sociedade dos Escritores Brasileiros, primeira associação profissional da classe, fundada em 14 de março de 1942, por Mário de Andrade e Sérgio Milliet. Sua sede oficial fica em São Paulo e possui cerca de três mil escritores associ

O Furacão Jorge na Colmeia

Mautner criou um estilo fora dos padrões acadêmicos O documentário “Filho do Holocausto”, de Pedro Bial, propõe uma releitura de um dos escritores brasileiros mais importantes que surgiram na década de cinquenta. Jorge Mautner ao lado de Cláudio Willer, Roberto Piva, Rodrigo de Haro, Roberto Bicelli e Raul Fiker, esses enfantes terribles acreditavam no desregramento de comportamentos e, por isso, sempre tiveram choque com a esquerda e a direita no Brasil. Tanto pelos seus estilos como pela suas temáticas, seus textos antigos podem ser hoje lidos por um público melhor preparado para compreendê-los e, sobretudo, pelos jovens intelectuais e pesquisadores. Entre os vários temas de vital importância ao Homem na sociedade, refletidos por Mautner em seus livros, podemos destacar o perigo da guerra nuclear, uma de suas preocupações fundamentais do seu Kaos (Kristo Ama Ondas Sonoras), porém, temo pelo conflito nos países do Oriente. Acredito que diminuiu a

74 Anos e As Novas Tecnologias

Um dos poucos jornais que sobrevivem até hoje na região oeste do Estado de São Paulo é o Imparcial de Presidente Prudente. Mantém um público fiel desde agências de propaganda, fornecedores, prestadores de serviço e leitores tradicionais do diário que completou 74 anos de existência em 2 de fevereiro. Podemos dizer que, para os que militam ainda na imprensa escrita, o veículo tem o privilégio de manter a marca da credibilidade do público que ainda lê e consome a mídia impressa. Mesmo com as inovações da tecnologia digital que surgem de três em três meses, com o lançamento do e-readers (leitor de livros eletrônicos), uma boa opção para os leitores de e-books e, sem esquecer, das plataformas como a android para tablets. Esses acessórios e ferramentas que oferecem praticidade, leveza, compactação, limpeza, possuem construção sólida e resistente, além da textura agradável. Por outro lado, vendem uma imagem de frigidez, artificialidade e os fatos junto à linguagem grá