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Mostrando postagens de setembro, 2013

Uma Outra São Paulo

  Uma metrópole de Tradição e ruptura             Escritores, cronistas e poetas recriam países ou cidades abrindo períodos da história de seu tempo, passando a representar a mudança que esse tempo exige. Diga-se que da obra de Mário e Oswald de Andrade surgiu um novo Brasil. Criado ou reinventado por eles? Nem as canções de Tom Zé e Rita Lee encontram a mais completa tradução de São Paulo, talvez, na obra cult da poesia surrealista brasileira, muito comentada e pouco divulgada e sem ser citada no meio acadêmico: Paranoia, de Roberto Piva.             O livro “Sob a Garoa de São Paulo”, de Raymundo Farias de Oliveira, homenageia então a cidade inventada em prosa e verso por Mário de Andrade e possibilita a(o) leitor(a) várias recordações pelo antigo centro paulistano. Por sua relação lírica e sentimental com a metrópole, ela não aparece como cenário, mas como protagonista, o cronista Oliveira mostra uma cidade em transformação contínua, qu

Em Site Premiado e de Referência

Há 17 anos prioriza literatura de qualidade             “Semiótica”, artigo de Rubens Shirassu Júnior, 52 anos, revisor de textos, escritor e poeta, de Presidente Prudente, foi selecionado por Leila Míccolis e Urhacy Faustino, editores do portal Blocos, no Rio de Janeiro. O texto encontra-se desde 26 de setembro em destaque no item Prosa do portal de literatura e entretenimento, que há 17 anos prioriza a prosa e a poesia de qualidade. É o único site cultural brasileiro a receber a estatueta do prêmio “Qualidade Brasil”, pelo reconhecimento à importância do seu trabalho no contexto artístico cultural. No Brasil, ele existe desde 1977, como forma de reconhecer e incentivar a qualidade da produção cultural brasileira. Criado em 1950, na Itália, pela International Quality Service (I.Q.S.) o prêmio “Qualidade” estende-se hoje a 21 países, entre eles: Espanha, França, Grã-Bretanha, Alemanha, Estados Unidos, Coreia e Japão.             O site Blocos foi in

Livro Recebido

No livro, reflexões sobre o que é educar no século 21?              “A educação é o que de fato vai definir a exclusão ou inclusão de pessoas no processo social no século XXI; essa desigualdade é o que ainda segrega os países emergentes, segrega as classes populares, segrega os diferentes.             Mas não se trata de qualquer tipo de educação, ou de escola. Precisamos enfrentar este fértil e difícil problema: O que é educar no século XXI? O que é realmente importante aprender?”             Em A Escola e os Desafios Contemporâneos , Viviane Mosé sai do lugar comum de abordar a educação brasileira com desânimo, pessimismo, ou de analisar a situação com olhos do passado. A autora faz exatamente o contrário, mira os problemas com um olhar contemporâneo, crítico e inovador.             Neste livro, a autora busca respostas para o que é um grande entrave no processo de democratização do acesso de todas as crianças e jovens às escolas: enfrenta

Esfinges, Ilusões: O Homem Oprimido

Anima e Animus O papel do Homem numa sociedade carente de verdades e apegada a valores, ritos, mitos, hábitos, costumes e tradições ilusórias             O poema Relatório do Mundo Lacrado mostra que a família brasileira prefere a educação repressiva e a hipocrisia numa aparente segurança e falsa moralidade freando as consequências da verdade nas mudanças de atitudes e quebra de paradigmas. A relação visceral que se estabelece entre mãe e filhos, varia entre a loucura e o desejo. O gene da célula máter medrosa quer manter a verdade ainda mascarada.             Trabalhar este poema com traços surrealistas e psicológicos foi, antes de mais nada, um desafio à ordem estabelecida, já que constitui uma verdadeira “viagem aos extremos do absurdo da condição humana e da violência em todos os sentidos.”             O poema é um convite para participar deste pesadelo repleto de imagens e referências. Um mundo cheio de educação sentimental e rep

Semiótica

       Que tipo de escola é essa que forja empresários e líderes políticos autoritários? Essa escola é o Brasil. Aqui se aprende desde cedo a não ter ideias, a não usar a cidadania, a mandar e a obedecer simplesmente, a não respeitar o macacão do operário e a adular o terno e a gravata. Temos uma formação fundada na semiótica, formada no simbólico e submisso do Brasil que começa pelo próprio texto da bandeira do País. Um certo modelo social, econômico, político e cultural que tem marcado o Brasil, começando pelo fato do País ter sido a oitava economia capitalista do mundo e o quarto exportador mundial de produtos agrícolas. Uma economia que chegou perto do primeiro mundo, através de um caminho autoritário, moderno, internacionalizado, e que teve um custo, que hoje se paga: dívida externa de mais de 800 bilhões de reais, milhões de pessoas na miséria absoluta, salário mínimo em torno de 300 dólares, educação e saúde deterioradas, violência urbana, uma economi

Na Segunda

            Na segunda-feira vai ser diferente. Outro dia igual a todos que a gente vive. Mas é o começo de outra semana! Qual a diferença?             A diferença que a segunda-feira é meio parecida com o primeiro de abril. Não é o dia da mentira, é o dia da promessa. Ninguém, começa um regime ou deixa de fumar numa quarta-feira, por exemplo. Segunda! Ou, os menos apressados, o ano que vem.             Mas o problema das nossas promessas é que ficam apenas na promessa. Você aí que está me lendo. O que é que você já não prometeu para você mesmo na segunda-feira? Você tem certeza que vai dar conta do recado?             Por exemplo: se você prometeu que vai arrumar emprego, cuidado. Essa promessa não depende apenas de você. Bobagem vai ser prometer que vai cuidar melhor da sua saúde, pois não vai ter onde se cuidar. Vai entrar na faculdade? Disputando uma vaga com mais de 5.000 pessoas que também prometeram entrar? Vai sobrar gente.             Já pen

Lista da 1ª Fase do Jabuti 2013

Logo do prêmio literário                         Na última terça-feira (17/9), a Câmara Brasileira do Livro (CBL) realizou a abertura e validação das notas da 1ª fase do Prêmio Jabuti 2013, em sessão pública, na sua sede localizada na Avenida Ipiranga, Nº 1267, 10º andar, em São Paulo.             Disponibilizamos para você, leitor(a), o resultado dos 10 finalistas, apenas 6 das 27 categorias, que pode ser encontrado no site oficial do Prêmio: www.premiojabuti.org.br Contos e Crônicas 1º - Diálogos Impossíveis - Luis Fernando Veríssimo - Editora Objetiva 2º - Páginas Sem Glória - Sérgio Sant´anna - Companhia das Letras 3º - Aquela Água Toda - João Anzanello Carrascoza - Cosac Naify 4º - Essa Coisa Brilhante que é a Chuva - Cíntia Moscovich – Editora Record 5º - Garranchos - Graciliano Ramos – Editora Record 6º - Cheiro de Chocolate e Outras Histórias - Roniwalter Jatobá - Editora Nova Alexandria 6º - Bem-Vindo - Histórias co

Religar às Origens

O Homem deixa de improvisar sua vida, enquadrando-se  na marcha  uniforme da sociedade organizada e vestida             Nietzsche certa vez escreveu em A Cultura dos Gregos: “O Homem acostumou-se durante milênios com a conexão do idioma com o ritmo da música. O poder mágico da dicção rítmica tem sido paulatinamente esquecido. Distanciamo-nos cada vez mais de nossa origem”. Como já disse, foi o poder econômico, político e religioso do conquistador – e não qualquer “prova científica” – que determinou que a arte poética não servia. A maioria das pessoas – por medo de serem chamadas de “sonhadoras” – perdeu sua consciência intuitiva. Um estudo habitual e aprofundado, passando por Lao Tsé, Os Upanishades, Zen-budismo, Matsuó Bashô e o simbolismo oriental – grandes escritos e celebridades, religarão os seres humanos às divindades. A união entre o Haicai, que requer uma atitude contemplativa (de disciplina, delicadeza e quietude) e a simbologia orien

O Livro de Cada Homem

Livros e Canetas de Marcos Santos Só acredito no conhecimento que passa pelos intestinos, pelo coração, pelas entranhas, por todas as vísceras             Eu estou lendo o livro. Quando terminar de ler o livro, serei moralmente bonito. Qual livro? Esse que está escrito nas ruas e que a gente tem de decifrar. Um livro que qualquer pessoa pode ler, mesmo os analfabetos, aliás, muitos já leram esse livro. É o livro. O livro de quando a gente nasce começa a ler, sem saber que está lendo; e num determinado ponto da vida percebemos que há um livro escrito por trás da gente, com páginas à frente também, exemplo, você chega aos 50 anos de leitura e não sabe que está lendo um livro, pombas! Então você tem de aprender a ler os 50 anos que se passaram, para poder ler, conscientemente, os anos que se seguirão. Aí, você vira um clarividente. Ouça, não estou falando nada de parapsicologia, espiritismo e mistério, nada disso, isto é um processo pu

Açucena Ellen

Se Ellen visse o Éden e não desse ouvidos às crendices melenas das passivas Helenas que vibram ao badalar dos sinos de Belém para que não velem como as mulheres de Atenas. De tanta sandice e disse-me-disse, prefira o sonho do país de Alice, do que caraminholas de carolas. O arco-íris da açucena Ellen é o orgulho de Apolo, os seus grãos de pólen.

Na Vitrine da Óptica

“Nós somos os homens ocos Os homens empalhados Uns nos outros amparados O elmo cheio de nada. Ai de nós! Nossas vozes dessecadas, Quando juntos sussurramos, São quietas e inexpressas Como o vento na relva seca Ou pés de ratos sobre cacos Em nossa adega evaporada Fôrma sem forma, sombra sem cor Força paralisada , gesto sem vigor; Aqueles que atravessaram De olhos retos, para o outro reino da morte Nos recordam – se o fazem – não como violentas Almas danadas, mas apenas Como os homens ocos Os homens empalhados.” ( Os Homens Ocos , de T. S. Eliot  )             Um facho de luz branca iluminou a placa da loja. Duas pessoas da frente aceleraram os passos temendo que o sinal luminoso causasse alguma coisa. Na escada rolante, as figuras pareciam formigas que modelavam o desenho turvo de um imenso formigueiro humano. A gente que esperava começou a atravessar os corredores trombando com outros transeuntes.