Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2018

Alternativas para conquistar leitores

Em todo o Brasil existem menos livrarias estrito sensu do que em Buenos Aires: pelo que informa a Associação Nacional de Livrarias (ANL) São Paulo tem 390 livrarias, ou 3,5 livrarias para cada grupo de 100 mil habitantes. Mas, pelos dados levantados pela entidade, o Brasil tem 3.100 livrarias, se comparando às 734 de Buenos Aires, que oferece 25 livrarias para cada grupo de 100 mil habitantes, o que derruba o mito antigo da capital portenha que teria mais livrarias do que o Brasil. Uma informação curiosa de um consultor argentino que monitora a produção editorial, as livrarias independentes têm um papel fundamental no mercado livreiro portenho. Por esse motivo algumas editoras tentaram explorar há 35 anos e com resultados insatisfatórios nos dias atuais, alternativas como a venda em bancas. Existem outros locais autorizados para a venda de livros, como supermercados, farmácias, lojas de departamentos e postos de gasolina, o número de pontos de venda em potencial saltou

Manifesto

Batalha eterna

  No misterioso mundo das palavras, São Paulo se destaca por sua tradição, estrutura e não é imbatível, aliás, o interior do Brasil vem revelando novos valores. Seus escritores há muito compreenderam que não existem somente letras, sons e significados nas palavras. Existe também magia. As palavras são mágicas e possuem poder ilimitado. Fazem rir, alimentam os sonhos, ameaçam as mais ferozes ditaduras, inquietam carcereiros, acuam torturadores. (Em nossos anos de chumbo, a repressão caçava palavras – e cassava aqueles que as brandiam de maneira falada ou por escrito. No mundo inteiro, pensadores, críticos, jornalistas, professores, radialistas, sociólogos, escritores põem em marcha um desarmado exército de palavras que invadem castelos, fortalezas, masmorras, corporações e bunkers , como imbatíveis cavalos alados.). Elas sobem os palcos, emergem das telas, jornais, revistas e internet, anunciam, confortam, afagam. Sussurradas junto ao ouvido, acariciam a alma. São cinzentas ou co

Nascem estrelas no fim do andar

Numa das mais belas e tocantes metáforas do ato de viver, a Bíblia nos diz que “breve e triste é a nossa vida”, que “nós nascemos do acaso e logo passaremos como quem não existiu” e que, “com o tempo, nosso nome cairá no esquecimento e ninguém se lembrará de nossas obras.” Nós, escritores, temos a ilusão de vencer esses limites. Por isso, os acadêmicos chamam-se a si mesmos imortais. Mas o que torna ou não imortais os escritores são suas obras, não eles! De todo modo, depois da partida para o mistério insondável do post mortem , restam a obra e a memória, às vezes eternas, de termos sido uma boa companhia no convívio entre os pares, como pessoa ou como livro, num mundo que de algum modo sempre segrega os escritores. Vivemos todos em campos de concentração. Cabe-nos torná-los menos hostis, já sabendo de antemão que, às vezes, somos nós os nossos principais inimigos, lutando uns contra os outros, sem a generosidade das almas modestas e negando a quem discrepa d

MetáFora da Bolha 172

Encanto sedutor da linguagem

A frase “o texto é a fonte de vida da propaganda, tudo o mais são acessórios”, de Stanley Resor, publicitário da maior agência do mundo, mostra que a maioria das soluções persuasivas expressas em palavras, origina naturalmente de redatores. Em princípio, o recurso editorial tem maior poder de envolvimento do que as imagens. Somente as palavras movem montanhas, quanto às imagens, não. Dentro desse contexto deve-se conscientizar a indiscutível soberania do redator, através de frases, títulos, textos – palavras. A primeira impressão é a que fica. É comum acontecer nos anúncios, uma ilustração em destaque, bela e expressiva, com um texto rudimentar, surgindo assim a necessidade imprescindível em cena da técnica de um exímio redator, a fim de lhe dar concisão, ritmo, fluência – para complementá-la. Mas técnica não é criatividade, está aquém dela, posterior à descoberta da solução, profundamente ligada ao campo da argumentação e debate. Uma propaganda impressa, vinculando

Desafios do plano cultural

Como organizar, preservar a memória e monitorar ou uso do bem cultural, mesmo por ter autor, ela tem propriedade, pois pertence ao seu criador? A supervisão equilibrada de livros, artes visuais e cênicas, música, peças artesanais, escultura, entre outros bens, representa um dilema para os agentes culturais, gestores, profissionais de marketing e teóricos, e muitas vezes é a própria comunidade que acaba organizando e disciplinando, com sucesso, o compartilhamento do recurso. Mas estudar e criar formas de ação cultural abrangendo todas as áreas é um desafio quase tão grande quanto gerir o uso de um bem comum. As dificuldades vão desde a escassez de dados até os incentivos fiscais, de leis e editais que tornam o estudo interdisciplinar menos atraente aos produtores culturais do que a profissionalização. Este importante trabalho exige dedicação, determinação e comprometimento dos criadores do plano, apresentando um olhar profundo sobre como os seus idealizadores construirã