Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2020

Operação silêncio

    Em 1968, Caetano Veloso cantava, devidamente vaiado pelos estudantes de esquerda, “É Proibido Proibir” (e outras palavras de ordem do Maio francês), rompendo com o tom grave e a falta de flexibilidade da prática política vigente. Soprava um vento libertário, um desejo de “responsabilidade existencial” contra um sistema de vida fechado e controlado por elites. Dois anos depois, abria-se um fosso definitivo entre os que, de uma maneira ou de outra, se beneficiavam das vantagens do “milagre econômico” e aqueles que, desarticulados, viam seus projetos ruírem ou nem sequer eram capazes de construí-los. Era o Brasil Grande, um “país que vai pra frente”, diante do qual restavam duas opções radicais: amá-lo ou deixá-lo. Num quadro de terror e crise a década de 70, progressivamente, vai se definindo como os anos do medo, da insegurança, da saúde, da competência e da qualidade técnica. Dentro do clima sufocado pela opressão, vários jornalistas e fotógrafos, em reuniões diárias, pedem aos

Haicai

  Sem aviso, choveu, sumiu, desenho a giz, no quadro do tempo.   Without warning, it rained, disappeared, chalk drawning, within the framework of time.   Instagram: rsjr.10   #poetabrasileiro # Haicai #Brazilianpoet #littlejapanesepoem # PresidentePrudente #SãoPaulo # Brazil          

Haicai

    Pintar estrelas no muro tem o céu ao alcance das mãos     Painting stars on the wall have the sky within reach   #poetabrasileiro #Haicai #Brazilianpoet #littlejapanesepoem # Presidente Prudente #SãoPaulo # Brazil    

Haicai

    Para meu pai Rubens Shirassu (in memoriam)   Vela sobre a terra raiz que se esvai orvalho na pedra   To my father Rubens Shirassu (in memoriam)   Candle on Earth disappearing root dew on the stone   Rubens Shirassu Júnior   # Rubens Shirassu Júnior # poeta brasileiro # Haicai # pai # otoko # poesia japonesa # Brazilian poet   # little japanese poems # father # Presidente Prudente # São Paulo # Brazil  

Haicai 221

 

Mídias digitais e abismo civilizatório

Rubens Shirassu Júnior, 59 anos, escritor, pesquisador, poeta, pedagogo e revisor de textos, teve sua resenha “Uma Ode à Vida” publicada na edição 5.196, de 2 de julho de 2020 (última quinta-feira) do jornal Tribuna Livre, de Presidente Venceslau, São Paulo. No texto, entre outras reflexões, se destaca: Em “A sociedade conectada”, segundo capítulo do livro “Nietzsche Hoje”, de Viviane Mosé, com foco no contemporâneo e nas novas mídias a autora analisa de modo sucinto os abismos que vivemos e as possibilidades afirmativas de uma sociedade que saiu de um modelo piramidal de gestão, especialmente de pessoas, para um modelo horizontalizado, em rede. Mosé procura também complementar algumas questões em relação ao processo histórico, essencial para o diagnóstico de Nietzsche e da leitura da atualidade a partir dele. Vale muito a leitura, ler e viver o processo de transformação que nos impulsiona a filosofia de Nietzsche, em sua afirmação da vida, dentro deste abismo civilizató

Novas escolhas e a visão do estrangeiro

Hoje existem informações muito maiores que possibilitam fazer escolhas melhores, mas tem muita gente que prefere não escolher no Brasil. E isso ainda hoje é uma questão que perturba estrangeiros que vêm para cá. É uma vida sexual subterrânea, que talvez faça parte do jeitinho brasileiro. O livro traz relatos de estrangeiros que vieram ao Brasil e viveram aventuras sexuais e afetivas. O que eles revelam? Revelam uma coisa que nosso olhar não consegue ver. Muito frequentemente há um distanciamento mais abrangente do que o olhar de quem está de cara com a situação. Às vezes percebem coisas que nem nós (brasileiros) damos conta pela familiaridade do cotidiano, e que para eles são narrativas absolutamente novas e surpreendentes. Você pode ler a resenha “Hipocrisia e paradigmas picles”, de Rubens Shirassu Júnior, publicada pelo jornal Tribuna Livre, de Presidente Venceslau, São Paulo, na sua edição 5.193, de 25 de junho de 2020 (última quinta-feira) clicando o link do item “Ediç

Uma ode à vida

No livro “Nietzsche Hoje” , de Viviane Mosé, o pensador alemão argumenta sobre uma cultura que lida com o sofrimento, a exemplo do período trágico da cultura grega, quando o objetivo era fortalecer o humano por meio da arte, das festas, de modo a torná-lo capaz de lidar com o sofrimento inevitável da vida – o alvo do processo civilizatório tem sido a buscar por afastar os humanos das frustrações, das perdas, resultando em um ser fraco vivendo em um mundo fundado em crenças, um mundo de ilusões. O sofrimento mais intenso, próprio da vida, da formação dos corpos, não há como negá-lo, aponta Nietzsche. Então, nos especializamos em técnicas de não ver, não sentir, nem vivendo e nem sofrendo. Estas técnicas vão da ilusão religiosa de um paraíso celeste às ilusões modernas de progresso científico, passando pelas infinitas ofertas do mercado. O que move a máquina civilizatória seria, cada vez mais, a promessa de felicidade, uma ideia, um mito, que nos tem custado muito caro. O que

Sexualidade no Brasil: Entre o poder, o pudor e a luxúria

Para compreender a história de nosso país não podemos ignorar a vida sexual de seus habitantes ao longo do tempo. No Brasil, particularmente nas décadas de 1920 e 1930, aflora a importância da dimensão sexual nos discursos históricos e sociológicos de Paulo Prado em “Retrato do Brasil ” e de Gilberto Freyre em “Casa Grande & Senzala”. Tais autores empreendem uma interpretação metódica da identidade brasileira dentro da realidade tropical. Temos, ao longo da história sexual dos brasileiros, aparentes contradições como a importância da manutenção da virgindade imposta às mulheres e, por outro lado, a extrema liberdade masculina manifestada na frequência aos bordéis e zonas de meretrício. Os reflexos da revolução sexual em finais dos anos 1960, com as comunidades baseadas no “amor livre”, tem seus vestígios nas décadas seguintes no Brasil. País de clima quente, paraíso tropical, Carnaval. As imagens alegres que expressam licenciosidade, sensualidade e extroversão correspon

Meandros do sistema capitalista

Muito difícil afirmar com precisão qual o melhor livro, até porque há vários livros que atendem a esta necessidade. Posso, no entanto afirmar, que está entre os melhores, “ História da Riqueza do Homem” do jornalista e escritor estadunidense Leo Huberman, escrito em 1936. Mais recentemente, em 2009, já na vigésima segunda edição, Marcia Guerra, historiadora e professora da PUC, do Rio de Janeiro, deu continuidade a obra de Huberman, incluindo dois capítulos que tratam de temas atuais, como a expansão e a crise do capitalismo, a ordem neoliberal e a queda da experiência socialista na Rússia (URSS). Destaca-se neste livro, a análise compreensível do mundo feudal, da dinâmica capitalista e da perspectiva socialista. Huberman conseguia levar a estudantes e operários, de forma simples, os ensinamentos de vários autores clássicos, entre eles o maior de todos, Karl Marx. Recebeu um elogio de um dos maiores revolucionários do século 20, Che Guevara: “ Huberman cumpre com perfeição a

Patriarcado e formação do Brasil

O historiador Sérgio Buarque de Holanda, um dos intelectuais mais engajados na tarefa de compreender o Brasil, seus dilemas e sua identidade. Foi um pensador multidisciplinar muito antes da polivalência ser valorizada. Além da história, estava à vontade em domínios como a sociologia, antropologia, psicologia, etnologia e crítica literária. Ele tinha uma cultura impressionante, quase não cabia na atmosfera cultural brasileira nas primeiras décadas do século 20. Ao viajar para a Europa onde viveu por alguns anos, Sérgio Buarque de Holanda voltou com o projeto de Raízes do Brasil (1936), uma resposta àquilo que esperava do Modernismo: compreender o Brasil, acertar o passo do país com o seu tempo. O livro é um acerto de contas com a ala conservadora do Modernismo, que emprestou alguns mitos literários para a formação do Estado Nacional do Integralismo. Raízes , um diagnóstico do Brasil, aponta os adversários a combater. Critica a cultura personalista, o sentido da colonização

Das múltiplas imagens ao instante fotográfico

Rubens Shirassu Júnior, 59 anos, escritor, poeta, pesquisador e revisor de textos, na última quarta-feira (3 de junho de 2020) participou da live #CulturaArteemSuaCasa#, uma ação promovida pela Secretaria da Cultura (Secult), de Presidente Prudente, dentro da Biblioteca Dr. Abelardo de Cerqueira César, do Centro Cultural Matarazzo, desta cidade. Murilo Tomiazi Misael, bibliotecário responsável, que intermediou o bate-papo de 31 minutos. O escritor prudentino, uma das expressões que vem publicando seus artigos e poesias nos Estados do Brasil e em países, a exemplo de Paris, na França, e Triento, na Itália, foi o primeiro convidado a abrir a ação na área de literatura. A crítica especializada e um grupo de escritores, poetas e admiradores reconheceram, de imediato que a poesia de Rubens Shirassu Júnior mostra-se mais livre, viva, densa, lírica, oscilando entre os estilos simbolista, ultrarromântico, surrealista, sem eufemismo, com créditos a moderna poesia brasileira. As base

Máscara

Máscara revela o coração de feridas abertas, mais clara desmascarado declara que o pêndulo pensa no poço do vazio olhar vazante, a frieza corpo gritando cara a cara que o calor acoberta a tristeza.     # Isolamento # Isolation # Mask # Outono # Autumn # poesia # poetry # Brazilian poet # São Paulo # Brazil

Desejo no inconsciente coletivo

Um ônibus lotado numa segunda-feira bem cedo, são sonhos e desejos sexuais rodando por uma estrada de pesadelos oprimidos no coloquial. Incompatibilidade: O tempo do desejo não é o mesmo da História. Crepúsculo do cérebro: As seivas insanas da pandemia, da crise econômica e do isolamento escorrem manifestando ásperas e constantes, como tobogã pelo viaduto que serpenteia a igreja dançando bossa nova havaiana. Supermercado de consumo estagnado: O excessivo mercado consumidor isolado contracenando com um esqueleto que lamenta o distanciamento da carne, e a falta de gula e de gozo.

Isolamento

Entre quatro paredes vento seco murmura no outono, penso um tapete de folhas. Sonho suspenso. Isolation Between four walls dry wind murmurs in autumn, I think a carpet of leaves. Suspended dream. # pequenos poemas japoneses # poeta brasileiro # small japanese poems   # brazilian poet # São Paulo # Brazil

Solitude blues 2

"Livros levem-me desse confinamento. Noite longa alonga-me, como uma figura de Dali, para eu respirar em cima. Noite longa alonga-me. Pelo colorido das palavras neste tempo de trevas. Como Atlas, carrega a dor aspirando as brumas do lado de fora da vidraça". (Fragmento)

Cartão poético

Criação da leitora e admiradora Re Borges sobre o poema "Solitude Blues", de minha autoria, publicado no Instagram rsjr.10, em 17 de abril último.

Mitodisseia 61

Como é doce o teu corpo junto à lareira. Na febre destilada nos cachos de teus recatados seios e se formaram arvorados os cabelos de chuvas e sóis. No meio, o sossego das bagas desperta com as ancas, lento arvoredo. Da mata escura, colhi as uvas maduras, que escorrem mas a sede da terra tragou, a marruá acalmou por debaixo de tuas vinhas secretas, de som sereno da nascente. Entre as coxas e a cintura o que te dei preserva com chama o arco-íris na tua nudez, flutua cruzando o céu te avizinhas à alta constelação. Vê-se a olho nu: Ontem, a nebulosa, te entretecendo mitos, que abrangem sem alarde. Hoje, na hora mais propícia você se mostrou de corpo inteiro. Como se fossem gorjeios sobre a varanda e os trêmulos seios e os bambuais vão crescendo. E são doces a tua boca e o teu ventre. O som, a palavra, o grito fazem crescer pelo galho da noite, um maduro figo, fazem cantar o pintassilgo lá na fenda do vale.

Mitodisseia 39

Boca fendida de romã, bagos de vida, esse mistério de água torrencial, fluindo do terminal das coxas, e a vulva possuindo violáceo cacho de uvas. Vinha por essas serras, essas encostas, pisando em toda a praia – o sangue inquieto, um vinho atocaiado por pensamentos leves, como espumas, e os cabelos soltos como nuvens, simples, voraz sem recatos. Ainda assim, alegria, te festejo, liberto da moldura de todos os retratos. Mesmo que o amor seja selvagem, Mesmo que seja arredio, é o que chamas de posse, egoísta e material, a obsessão que te mostra anjo nu expondo a gruta de mata escura urdideira de rio, serpente de prata, sedenta de maior apetite, desespero das pernas vibrar de asas desejando alçar voo, bebe mel no vento, desejo, mas não se rende ao sossego. Um azul onde começa quando em ti levanta esta revoada de pássaros que mordem as entranhas deste fruto que se abre e come por inteiro. Desabar chuva é não medir forças

Artigo publicado em jornal de Venceslau

Comentário de escritor integra tese de sociologia e de alimento s O jornal Tribuna Livre, de Presidente Venceslau, São Paulo, publicou na edição 5.124, de 18 de fevereiro de 2020 (terça-feira última), o artigo “Na Ponta da Língua dos Escritores”, de Rubens Shirassu Júnior. O escritor, poeta e pesquisador de Presidente Prudente, São Paulo, teve o seu comentário incluído no livro “Comida: Prazeres, Gozos e Transgressões”, de Angelina Bulcão Nascimento, publicada pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EUFB). A tese de sociologia e de alimentos, em sua 2ª edição, parte do trabalho Mal-Estar da Civilização, de Sigmund Freud. Para você ler o texto completo, acesse a versão online do diário e clique no item “Edições Anteriores”: https://www.tribunalivrepv.com.br/edition.php

Historieta sobre doença que assola o país

Rubens Shirassu Júnior, 58 anos, teve seu artigo “Nosso faz-de-conta” publicado no número 4 do jornal Pio-Pardo, edição de janeiro de 2020. O comentário do escritor, poeta, pesquisador e jornalista, está na página 9, do item “Geral” do jornal opinativo e mensal. Nesta espécie de conto, entre outras reflexões sobre a epidemia da “fingirtrofia” diz: “Essa historieta poderia ser usada para adormecer criança, no entanto, desaba sobre todos os brasileiros como um pesadelo, que reformas serão adotadas? O que vem por aí? Pelos discursos ouvidos aqui e alí, continuamos sem ter um perfil claro da próxima administração, pois os cargos continuam sendo disputados nos subterrâneos das intrincadas redes dos partidos.” – escreve o articulista.

Artigo em tese de sociologia

O jornal Tribuna Livre, de Presidente Venceslau, São Paulo, publicou a matéria “ Artigo de Rubens Shirassu Júnior é citado em tese de doutorado ”, na edição 5.108, de 25 de janeiro de 2020 (último sábado). Você pode encontrar o texto completo na página 4, no item Comunidade e Região, deste diário.   Estudo que deu origem ao livro Um livro recortado de uma tese de doutorado, que Angelina Bulcão Nascimento defendeu na Faculdade de Comunicação e Cultura da Universidade Federal da Bahia, em 23 de setembro de 2004, intitulada “Entre o Prazer e o Mal-Estar: Prazeres Sensoriais x Sacrifícios em Nome da Saúde e da Estética Corporal Focalizados pela Revista Veja”. A autora teve o interesse em articular dois campos de estudo – Comunicação e Psicologia, despertando também a ideia de pesquisar as formas prazerosas contemporâneas, com destaque para o prazer de comer, como uma das maneiras de driblar ou escapar do mal-estar na cultura Além de estar associada à qualidade de vida, condição