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Mostrando postagens de junho, 2020

Novas escolhas e a visão do estrangeiro

Hoje existem informações muito maiores que possibilitam fazer escolhas melhores, mas tem muita gente que prefere não escolher no Brasil. E isso ainda hoje é uma questão que perturba estrangeiros que vêm para cá. É uma vida sexual subterrânea, que talvez faça parte do jeitinho brasileiro. O livro traz relatos de estrangeiros que vieram ao Brasil e viveram aventuras sexuais e afetivas. O que eles revelam? Revelam uma coisa que nosso olhar não consegue ver. Muito frequentemente há um distanciamento mais abrangente do que o olhar de quem está de cara com a situação. Às vezes percebem coisas que nem nós (brasileiros) damos conta pela familiaridade do cotidiano, e que para eles são narrativas absolutamente novas e surpreendentes. Você pode ler a resenha “Hipocrisia e paradigmas picles”, de Rubens Shirassu Júnior, publicada pelo jornal Tribuna Livre, de Presidente Venceslau, São Paulo, na sua edição 5.193, de 25 de junho de 2020 (última quinta-feira) clicando o link do item “Ediç

Uma ode à vida

No livro “Nietzsche Hoje” , de Viviane Mosé, o pensador alemão argumenta sobre uma cultura que lida com o sofrimento, a exemplo do período trágico da cultura grega, quando o objetivo era fortalecer o humano por meio da arte, das festas, de modo a torná-lo capaz de lidar com o sofrimento inevitável da vida – o alvo do processo civilizatório tem sido a buscar por afastar os humanos das frustrações, das perdas, resultando em um ser fraco vivendo em um mundo fundado em crenças, um mundo de ilusões. O sofrimento mais intenso, próprio da vida, da formação dos corpos, não há como negá-lo, aponta Nietzsche. Então, nos especializamos em técnicas de não ver, não sentir, nem vivendo e nem sofrendo. Estas técnicas vão da ilusão religiosa de um paraíso celeste às ilusões modernas de progresso científico, passando pelas infinitas ofertas do mercado. O que move a máquina civilizatória seria, cada vez mais, a promessa de felicidade, uma ideia, um mito, que nos tem custado muito caro. O que

Sexualidade no Brasil: Entre o poder, o pudor e a luxúria

Para compreender a história de nosso país não podemos ignorar a vida sexual de seus habitantes ao longo do tempo. No Brasil, particularmente nas décadas de 1920 e 1930, aflora a importância da dimensão sexual nos discursos históricos e sociológicos de Paulo Prado em “Retrato do Brasil ” e de Gilberto Freyre em “Casa Grande & Senzala”. Tais autores empreendem uma interpretação metódica da identidade brasileira dentro da realidade tropical. Temos, ao longo da história sexual dos brasileiros, aparentes contradições como a importância da manutenção da virgindade imposta às mulheres e, por outro lado, a extrema liberdade masculina manifestada na frequência aos bordéis e zonas de meretrício. Os reflexos da revolução sexual em finais dos anos 1960, com as comunidades baseadas no “amor livre”, tem seus vestígios nas décadas seguintes no Brasil. País de clima quente, paraíso tropical, Carnaval. As imagens alegres que expressam licenciosidade, sensualidade e extroversão correspon

Meandros do sistema capitalista

Muito difícil afirmar com precisão qual o melhor livro, até porque há vários livros que atendem a esta necessidade. Posso, no entanto afirmar, que está entre os melhores, “ História da Riqueza do Homem” do jornalista e escritor estadunidense Leo Huberman, escrito em 1936. Mais recentemente, em 2009, já na vigésima segunda edição, Marcia Guerra, historiadora e professora da PUC, do Rio de Janeiro, deu continuidade a obra de Huberman, incluindo dois capítulos que tratam de temas atuais, como a expansão e a crise do capitalismo, a ordem neoliberal e a queda da experiência socialista na Rússia (URSS). Destaca-se neste livro, a análise compreensível do mundo feudal, da dinâmica capitalista e da perspectiva socialista. Huberman conseguia levar a estudantes e operários, de forma simples, os ensinamentos de vários autores clássicos, entre eles o maior de todos, Karl Marx. Recebeu um elogio de um dos maiores revolucionários do século 20, Che Guevara: “ Huberman cumpre com perfeição a

Patriarcado e formação do Brasil

O historiador Sérgio Buarque de Holanda, um dos intelectuais mais engajados na tarefa de compreender o Brasil, seus dilemas e sua identidade. Foi um pensador multidisciplinar muito antes da polivalência ser valorizada. Além da história, estava à vontade em domínios como a sociologia, antropologia, psicologia, etnologia e crítica literária. Ele tinha uma cultura impressionante, quase não cabia na atmosfera cultural brasileira nas primeiras décadas do século 20. Ao viajar para a Europa onde viveu por alguns anos, Sérgio Buarque de Holanda voltou com o projeto de Raízes do Brasil (1936), uma resposta àquilo que esperava do Modernismo: compreender o Brasil, acertar o passo do país com o seu tempo. O livro é um acerto de contas com a ala conservadora do Modernismo, que emprestou alguns mitos literários para a formação do Estado Nacional do Integralismo. Raízes , um diagnóstico do Brasil, aponta os adversários a combater. Critica a cultura personalista, o sentido da colonização

Das múltiplas imagens ao instante fotográfico

Rubens Shirassu Júnior, 59 anos, escritor, poeta, pesquisador e revisor de textos, na última quarta-feira (3 de junho de 2020) participou da live #CulturaArteemSuaCasa#, uma ação promovida pela Secretaria da Cultura (Secult), de Presidente Prudente, dentro da Biblioteca Dr. Abelardo de Cerqueira César, do Centro Cultural Matarazzo, desta cidade. Murilo Tomiazi Misael, bibliotecário responsável, que intermediou o bate-papo de 31 minutos. O escritor prudentino, uma das expressões que vem publicando seus artigos e poesias nos Estados do Brasil e em países, a exemplo de Paris, na França, e Triento, na Itália, foi o primeiro convidado a abrir a ação na área de literatura. A crítica especializada e um grupo de escritores, poetas e admiradores reconheceram, de imediato que a poesia de Rubens Shirassu Júnior mostra-se mais livre, viva, densa, lírica, oscilando entre os estilos simbolista, ultrarromântico, surrealista, sem eufemismo, com créditos a moderna poesia brasileira. As base