À Clarice Lispector Revejo o meu rosto nos vários retratos: Cada um capta algo, nenhum a totalidade do que fui, do que sou ainda, a cada instante outro renovado. Eu sei que toquei no escuro o Proibido e conheci a Paixão e os momentos de fogos de artifício com todas as minhas quedas livres a minha alma se fita no abismo, belezas do (princípio) precipício acesas por dentro o encontro com os Outros Eus desdobrados de mim, além de mim, e raspão de estrela na treva, que atira na noite com sol sem fim. A carne é efêmera, triste e fraca, nada tem, perdida pela cegueira limitada e distraída com que tento animá-la, corpo que se confunde pela sensação incompleta do vazio mental, sonoterapia entre os objetos que apenas reconhece da vida material, recolhida em si mesma. Mudei muitas vezes de pensamento mas nunca de meu vinho predileto. Deixei-me em vag...
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