Medusa ou Perséfone Medéia, a grande mãe, terrível medusa, com teus grandes braços imperialistas, árvore de mil ramos, as relações humanas, imenso polvo que sufoca, as folhas, os frutos do ventre caem perdidos na alta noite eterna, catedral da nova ordem Meu corpo no balanço do abismo entre prazer & morte Eu não tenho senão dois olhos prudentes vidrilhos e sou um bastardo nas teias de aranha, beco dos canteiros doentes Eu quero romper com o minotauro dos minutos nos botequins pinico, nervuras da lógica que corta o nosso circuito, como o relógio abrindo galerias dentro do crânio Eu penso nas placas de trânsito, sinaleiro rádio-patrulha os cães por trás das grades na escuridão, bordadeiras, a alma imortal dos gabinetes a poesia arcadas, lacinhos luxo protozoário kitch, clichê, sucumbindo no torniquete da consciência.