Como é doce o teu corpo junto à lareira. Na febre destilada nos cachos de teus recatados seios e se formaram arvorados os cabelos de chuvas e sóis. No meio, o sossego das bagas desperta com as ancas, lento arvoredo. Da mata escura, colhi as uvas maduras, que escorrem mas a sede da terra tragou, a marruá acalmou por debaixo de tuas vinhas secretas, de som sereno da nascente. Entre as coxas e a cintura o que te dei preserva com chama o arco-íris na tua nudez, flutua cruzando o céu te avizinhas à alta constelação. Vê-se a olho nu: Ontem, a nebulosa, te entretecendo mitos, que abrangem sem alarde. Hoje, na hora mais propícia você se mostrou de corpo inteiro. Como se fossem gorjeios sobre a varanda e os trêmulos seios e os bambuais vão crescendo. E são doces a tua boca e o teu ventre. O som, a palavra, o grito fazem crescer pelo galho da noite, um maduro figo, fazem cantar o pintassilgo lá na fenda do vale. ...
Desde 1980 divulgo as literaturas local, regional, estadual e nacional!