Lilith (1892) de John Collier Há alguns anos o meu pai possuía muitos bens. Agora, para dizer seu paradeiro é algo incerto. Entregou-se à bebida por ter perdido num motor desenfreado na esquina da vida, um náufrago da pinga. Comecei a trabalhar cedo como auxiliar de escritório. Parte do salário sustentava a casa e comprava roupas à prestação. O tempo como o trabalho das nuvens, subindo de cargo. O meu pai atinava na lógica dos ratos na escuridão: - Como pode uma menina dessa idade ter um bom salário. Sua sem vergonha, Messalina! Anda saindo com seu chefe, vamos confesse! Já no sacramentado bar, comprar cachaça com o dinheiro do bolso da filha na matinal. Lilith prendeu na tarrafa um namorado de família tradicional, alto, de vinte e um anos, proprietário do único carro importado da cidade. Nos seus catorze anos chegou depois das três da manhã, pelas pontas dos pés, guarda-pó amarrotado rumo à porta do quarto. Seu Antonio foi tirar satis...
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