Dois rapazes provincianos deslumbrados com cidades tipo São Paulo, não percebem a trama do desgosto debaixo do aparente verniz dos néons, das vitrines chamativas que empacotam a carência e buscam vencer na cidade grande, além de dar um sentido para as suas vidas. Esta narrativa se amplia numa alegoria nacional, que é também a alegoria da esperança possível. Mas ela revela toda uma interminável pergunta. A supervalorização da resposta deve ser catalogada entre as debilidades da condição humana. Corremos para ela, somos de tal modo arrastados pelo seu fascínio, que já não conseguimos vislumbrar a grandeza escondida na falta de resposta. Deixemos que a pergunta cruze livre o espaço da narrativa, como uma espécie de imagem vazia, de símbolo ou de estigma – mudo resumo de uma indagação maior, curtida no encontro ou no desencontro, do ambicionado clã do interior do País, o êxodo rural na sua difícil luta pela sobrevivência contracena com a engrenagem urbana. “Moenda...
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