Ilustração de Rubens Shirassu Júnior Ao centenário de Presidente Prudente Como uma criatura que cava perfurando a terra, o seu chão, sem achar escape. No rosto, essa mesma expressão dispersa ou grave, esse indeciso traço de sol-posto de fuga que há no bico de uma ave. O mais é jeito desumano. O que procurou em alguns momentos não cabe no infinito, e é fuga e vento no peito transtornado e ferido. O que és, o que sobra, esmigalhado vive de fome, não morre todo, e fica no ar, parado. O coração pulverizado range, mas deixa uma angústia espiralante. De frente ao caixa para depositar lágrimas de noturno orvalho, de mágoa desiludida. A casa da família assassinada em 30 anos de prestações, o asfalto, as áreas de lazer, pílulas coloridas de calmantes, encobrem o desemprego, a miséria, entre outras necessidades. Chuva torrencial ...