Sobre Versos
Mau Ditos de Marcos Fiorentino
De mau dito e mau feito,
palavras reais nunca são suaves
esculpo as figuras
sem piedade, pela densidade e pela crueldade
capazes de nos ferir e nos despedaçar
temporal de espinhos espetando
saber de cor o silêncio
no coração,
e o peso da solidão e – inútil –
em relevo pronunciado
tomba
um
cacto vermelho
no sono da pedra
de sal salivando na língua
escorrendo no signo do vazio
e que o sabor ácido impiedoso,
aguça a profaná-la, dissolvê-la
em
palavras esfareladas.
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