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Mostrando postagens de maio, 2024

O legado de Anísio Teixeira ( 9 )

  ( Nona Parte ) O pensador brasileiro destacou a expansão educacional e a consciência da importância da formação do professor. O reconhecimento de formação de professores, para os níveis primário, médio e superior, começava a ser visto como a chave para a expansão de educação formal enquanto necessidade para o desenvolvimento econômico, social e político. Será o novo professor que irá dar consistência e sentido às tendências de popularização da educação primária e do primeiro ciclo da escola média; que irá tornar possível e eficiente o curso de colégio (segundo ciclo da educação média), com suas preocupações de dar cultura técnica, cultura preparatória ao ingresso na universidade e cultura geral de natureza predominantemente científica e que irá preparar a transformação da universidade para as suas novas funções de introduzir a escola pós-graduada para a formação dos cientistas e a formação do magistério, tendo em vista as transformações em curso no sistema escolar, sem esquec...

Precursor da Escola Nova ( 8 )

  ( Oitava Parte ) Anísio Teixeira enfatiza que a escola pública é a máquina que prepara a democracia. Referindo-se a escola pública, o educador aponta-a como mecanismo necessário, porém reconhece os problemas existentes na máquina ideal em vista do real: Proclamamos a compulsoriedade da escola. Deixamo-la a cargo dos Estados, o que foi sábio. Mas não a procuramos enraizar na comunidade local. Os municípios ficaram com uma competência supletiva. Pobres e sem recursos criaram uma escola marginal. E a situação, hoje, é a que se vê. Escolas estaduais administradas à distância, não de todo más, alienadas, porém, do espírito local e dependentes em tudo e por tudo do poder central do Estado. Enquanto as escolas eram poucas, o Estado ainda lhes dava a devida atenção. Com o crescimento do sistema escolar e a expansão das demais obrigações do Estado, vem-se tornando, cada vez mais difícil, ao Estado, administrar a sua escola. Ante o imediatismo de certas necessidades materiais do progress...

Precursor da Escola Nova ( 7 )

  ( Sétima Parte )   A escola popular que se democratizou se mostra deteriorada, do ponto de vista da limpeza, da higiêne, dos conteúdos culturais e da organização pedagógica. Uma escola que assistiu aos cortes de pessoal de apoio (inspetores, porteiros, guardas, merendeiras, auxiliares diversos, e dos técnicos pedagógicos: supervisores e orientadores). Esta mergulhada na violência das grandes cidades e onde se reflete a heterogeneidade socioeconômica-cultural da população. Os alunos e professores não podem estar felizes dentro dela! O que temos diante dos olhos, é uma escola pública de ensino fundamental para os pobres que abriga graves problemas de evasão e repetência. Essa não é a escola que a população desejava para os seus filhos. Essa não é a escola que Anísio Teixeira lutou para ver concretizada (NUNES, 2000, p.108). Para Serpa (2000) o ideal de escola primária pública no Brasil, dentro do pensamento de Anísio Teixeira, pode ser representado pelo Centro Educaciona...

Precursor da Escola Nova (6)

  ( Sexta Parte ) Em seu livro Educação no Brasil (1969), ele afirmava que a educação formal é parte do contexto cultural da sociedade, atuando como expressão de sua continuidade e desenvolvimento. Quando a sociedade, sempre de algum modo em mudança, ou evolução, sofre uma intensificação ou aceleramento desse processo, o fator de educação, refletindo a mudança, atua como força de resistência ou de renovação, concorrendo para dificultar ou facilitar o processo de readaptação social inerente à função característica da educação dentro do processo cultural. O educador enfatizava que é preciso estabelecer a base igualitária de oportunidades, de onde irão partir todos, sem limitações hereditárias ou quaisquer outras, para os múltiplos e diversos tipos de educação semi-especializada e especializada, ulteriores a educação primária (TEIXEIRA, 1967). Ainda, de acordo com o pensamento do educador (Teixeira,1967) deve-se pensar na educação primária como obrigatória. A educação básica, ...

Precursor da Escola Nova 5

  ( Quinta Parte ) Anísio Teixeira (1996, p.24) enfatizava que para que essa experiência se faça em condições apropriadas, a sociedade terá de oferecer a todos os indivíduos acesso aos meios de desenvolver suas capacidades, a fim de habilitá-los à maior participação possível nos atos e instituições em que transcorra sua vida, participação que é essencial à sua dignidade de ser humano. Este educador e pensador sempre se refere às diferenças sociais existentes no Brasil com a falta de democracia. Outro aspecto fundamental para Teixeira refere-se que a educação não é um privilégio, mas sim a educação era dever e baseada numa consciência fundante: A consciência da necessidade da escola, tão difícil de criar em outras épocas, chegou-nos, assim, de imprevisto, total e sôfrega, a exigir, a impor a ampliação das facilidades escolares. Não podemos ludibriar essa consciência. O dever do governo – dever democrático, dever constitucional, dever imprescritível - é o de oferecer ao brasile...

Expandir e mudar a educação

( Terceira Parte )   De acordo com Nunes (2000, p.108) Anísio Teixeira permaneceu por seis meses nos Estados Unidos. De maio a novembro, lá, entrou em contato com propostas educacionais que fizeram despertar o interesse pelas características da educação Americana. Lima (1978, p.60/61) enfatiza que a lição veramente importante aprendida por Anísio Teixeira da experiência educacional americana é que mediu com os próprios olhos o papel de um sistema educacional na história da civilização mais industrializada, rica e poderosa. Não se limitava a educação ao processo de conservar e envernizar o estabelecido, mas igualmente se destinava a expandir e mudar. O arsenal americano de teorias e práticas pedagógicas opunha-se a concepção elitista de sua formação católica jesuítica. Fadado a dividir os indivíduos não por aptidões de inteligência, mas por classes da estrutura social, o elitismo filia-se a concessão aristocrática da vida. Recém chegado dos Estados Unidos, Anísio Teixeira te...

Anísio Teixeira: trajeto de vida

  ( Segunda Parte ) Pela sua caminhada e formação, Anísio Teixeira tornou-se um dos grandes filósofos da educação brasileira do século XX, com sólida formação acadêmica nos colégios jesuítas de São Luís Gonzaga de Caetité e Antônio Vieira, de Salvador. Diplomou-se em Direito pela Universidade do Rio de Janeiro no ano de 1922 e obteve o título de Master of Arts em 1929 pelo Teachers College da Columbia University . Faleceu em 1971, na cidade do Rio de Janeiro (NUNES, 2000, p.98). Nos Estados Unidos, conheceu a força da democracia, da liberdade de inteligência onde foram ampliadas as suas perspectivas sobre inovações no campo educacional, baseadas, sobretudo, na filosofia de John Dewey de quem foi aluno (VIANA FILHO, 1990). Na reflexão de Lima (1978, p.64) Anísio sempre esteve apegado a uma visão de educação, pois as duas orientações metodológicas que o filósofo brasileiro se manteve invariavelmente fiel foram: não há educação sem teoria da educação, nem educação sem o diagnóstic...

Precursor da Escola Nova

 ( Primeira Parte ) Seus projetos sofreram fortes influências das contingências externas e internas que afetaram o Brasil Para os pedagogos que batalham todos os dias Este ensaio tem como objetivo confirmar as contribuições do educador Anísio Teixeira para a formação do pensamento pedagógico da educação brasileira, sinalizando o seu pensamento em relação à educação do país concepções como a educação como um bem, educação não como um privilégio, educação de base deve ser geral e humanista, a escola pública como máquina que prepara a democracia e o professor tem de ser capacitado democraticamente. A dinamicidade e o entrelaçamento de ideias e princípios nos diferentes espaços e tempos contribuíram para a formação do pensamento pedagógico brasileiro. Assim ocorreu com Teixeira que, incomodado com a elitização da escola brasileira, que se utilizava de métodos retrógrados e desarticulados da vida, parte em busca de novos horizontes pedagógicos. As contribuições desse educador para...

Composição com muita dose de mãe

               Você colhe com carinho uma semente de rosa, sem distinção, sem preconceito. Coloca com cuidado no vaso refratário ao egoísmo e ao desespero. Fogo brando ou forte, porém, chama incessante. Acrescentem-se os seguintes ingredientes variáveis, por ordem de acontecimentos: duzentos e setenta dias de gloriosa, áspera e paciente espera, cada vez mais arcada ao peso leve do ventre dilatado. As dores do parto sem dor: imaginária invenção. O grito e o clarão da vida: a descoberta da criação: o milagre. A apreensão, a cisma, a dúvida, a certeza dos dez dedos e, mais dez, vinte; a placidez muda da placenta, que se despede cumprida a missão silenciosa.             A primeira grande refeição da mistura fermentada; o mamilo dolorido; a primeira fome; a ânsia do contato do corpo que é seu corpo; as flores no vaso, o lençol branco, a cor dos olhos, a delicada moleira, a sinfonia maravilho...