Roberto Piva, um alquimista das palavras
“Há uma única forma de
se ler os jornais
e várias formas de se
ler um poema”.
Octavio Paz
Cada pessoa enxerga uma coisa
diferente na boa poesia de qualidade, pois, no fundo, ela é muito rica e
permite uma enorme variedade de interpretações.
Por ser frágil, a poesia é uma forma
de abrir brechas na realidade; como o Murilo Mendes, o João Cabral de Melo Neto,
o Roberto Piva e o Manoel de Barros abriram. Mas não impediram Auschwitz, a
revolução de 64, nem todo tipo de violência, de censura, medo, culpa, dogmas, paranoia,
provincianismo, fundamentalismo religioso, patrulhas ideológicas, cartilhas
stalinistas e humilhação, entre outras formas de controle. O poeta não existe
para impedir essas coisas e, sim, para impedir que as pessoas parem de sonhar.
A poesia é a arte da linguagem
humana, que expressa sentimento de busca de equilíbrio num mundo conturbado, o
poeta seria o porta-voz do universo paralelo, do espiritual, do impalpável que,
através do ritmo e da palavra cantada, transforma a forma usual da fala em
recursos formais, através das rimas cadenciadas ou como os versos livres de
Manuel Bandeira. Desde Catulo, passando por Safo de Lesbos, na Grécia antiga ou
na Roma pagã de Petrônio, as poesias fazem adoração a alguém ou a algo, mas
pode ser contextualizada dentro do gênero satírico também.
Existem três tipos de poesias: as
existenciais, que retratam as experiências de vida, a morte, as angústias, a
velhice e a solidão; as líricas, que trazem as emoções do autor; e a social,
trazendo como temática principal as questões sociais e políticas.
Muitos poetas, críticos e pensadores
tentaram definir, mas, fica sempre um mistério intraduzível e vago no espaço: O
que é poesia? Seria o “desregramento de todos os sentidos”, de que falava
Arthur Rimbaud, referindo-se não propriamente à loucura, mas a um estado de
transe. Um estado de transe xamânico, porque Rimbaud era um alquimista, um
xamã avant la lettre, que propõe mesmo a “alucinação das palavras”;
o termo é dele. Os artistas, como afirma Joseph Campbell, são os xamãs da
sociedade contemporânea.
Para homenagear uma das artes
milenares comparando-se com o teatro, a Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de
Cerqueira César e o Centro Cultural Matarazzo, de Presidente Prudente, promovem
um dia inteiro dedicado à poesia. Normalmente, em 14 de março, comemora-se o
Dia Nacional da Poesia em bibliotecas, escolas e diversos outros espaços
culturais. A RádioWeb Cultura PP incluiu em sua programação uma série de
intervenções poéticas (declamações) de autores consagrados da poesia brasileira,
entretanto, adotou-se o critério de priorizar-se pelos poetas prudentinos, que
serão interpretados por atores, atrizes, professores, escritores, além dos
próprios poetas.
Os poetas e escritores da cidade e
região também estarão presentes no evento conversando descontraidamente com os visitantes
do Matarazzo e usuários da Biblioteca Municipal.
DIA NACIONAL DA POESIA
14
de março de 2013 (quinta-feira)
Biblioteca Municipal Dr.
Abelardo de Cerqueira César e Centro Cultural
Matarazzo
Rua
Quintino Bocaiúva, Nº 749
Vila
Marcondes
Mais
Informações: Fone: (***18) 3226 3399
Presidente
Prudente – São Paulo
centroculturalmatarazzo@culturapp.com.br
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