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Mostrando postagens de junho, 2018

Outsiders contra o estado de coisas

Sempre disse que a década de 2000, no Brasil, foi um retorno de tudo   que mais careta existia na década de 50, a sucata da sociedade industrial (que em 300 anos destruiu integralmente o planeta), agora em franca e acelerada desintegração. As matérias-primas escasseiam, a Amazônia está sendo transformada num imenso lago (como queria o Instituto Tecnológico de Massachusetts), buracos quilométricos na camada de ozônio ameaçam transformar o planeta num deserto a curto prazo. No Brasil, de politicamente correto, no entanto, a palavra Crescimento continua na ordem do dia, assim como na cabeça e nos artigos da maioria dos jornalistas sensacionalistas da grande mídia. No atual contexto, a desintegração da sociedade industrial (capitalista e socialista), a crise da Economia (não crise econômica) e a Inflação, que é determinada pelo aumento do preço da energia, causam a erosão na produção de bens essenciais: alimentação, vestimenta e habitação. Agora, os que quiserem salvar as cida

Literatura e mal banal massificado

Na edição 4.661, de 29 de junho, sexta-feira última, o jornal diário Tribuna Livre, de Presidente Venceslau, São Paulo, publicou o artigo “Barbárie da Normalidade”, de Rubens Shirassu Júnior. O escritor e poeta de Presidente Prudente, São Paulo, comenta vários temas relacionados a formação do escritor, entretanto, se destaca a questão social latente, a barbárie e a massificação e banalização do mal: “Numa sociedade de massas, o banditismo e a criminalidade também estão massificados. Há uma indiferenciação muito grande. Hoje, se mata porque o cara não gostou dos óculos que o outro está usando. Ou porque alguém sentou no paralama do seu carro. Eles dizem: “Roubei o tênis que eu vi na televisão porque quem usa esse tênis é bacana”. Pela experiência, Ivan Illitch argumenta que uma cidade com mais de duzentos mil habitantes será inviável, diz ele, a partir do ano 2000. O que estamos testemunhando nos hospitais não é o simples desleixo, mas é a crise da Medicina. Como

Filme sobre o transitório

Estão sendo realizadas as gravações de mais um filme fictício de Alex Figueiras, “O Passe”, que retrata de forma simbólica e original um dos momentos mais importantes da vida, o seu fim, ou um recomeço em outro plano metafísico. Alex, que retomou o cinema em 2014 com o filme “Carta de Adeus”, passou pelo gênero de humor com o canal Pelo em Ovo no Youtube, o qual produziu em maior escala um Seriado de 5 Episódios, agora se prepara para o mais novo filme de drama e suspense, O Passe. “Meu objetivo é contar estórias, uns pintam estórias, outros escrevem estórias, outros cantam estórias, eu filmo estórias.” Alex enfatiza sobre a importância da coletividade que é o cinema, e que assim como uma orquestra, se cada profissional resolver tocar uma nota a seu gosto, vira uma catástrofe, então é necessário um grande trabalho de pré-produção para que tudo fique alinhado, e essa equipe o deixa muito tranquilo pensando no produto final. Sobre a escolha do tema “Sou fasci

Barbárie da normalidade

Para o artista romântico, existe um parentesco profundo entre arte e loucura. Esse parentesco significa que o eu autêntico é o eu não-socializado, não sufocado pelas convenções civilizadas ou universalizado pelo senso comum. Acredito que tal compreensão deriva, frequentemente, para uma crítica não-dialética aos constrangimentos sociais, entendidos como fachadas que encobrem o verdadeiro eu. Como Pier Paolo Pasolini , não acredito na dialética. O que existe são oposições irreconciliáveis. Vou parafrasear naquilo que Sigmund Freud afirma em “O mal-estar na cultura”: existe um movimento cada vez mais restritivo, não só da vida sexual, mas da subjetividade de modo geral. É também, de certa forma, um texto paranoico em relação à cultura, que é entendida como repressão. Quanto ao parentesco entre arte e loucura, acho que o “desregramento de todos os sentidos”, de que falava Arthur Rimbaud , refere-se não propriamente à loucura, mas a um estado de transe. Um estado de transe xam