Que manhãs e chuvas,
passarinhos
na pele dos caminhos?
Ir pelo curso das coisas
conhecendo bem o reino.
Servir de ponte
ou de lousa.
O coração é andejo.
Tênue o fio das estações,
dos meses.
Tênue o universo
aos tombos
colhe a morte!
Aos tombos
redemoinha.
Andorinhas, Pombas,
pássaros passarão.
Quando cessa,
abre asas
no silêncio
uma parte de minha liberdade
bicada pelos pássaros.
Alguma parte dela
esqueci entre as folhas
dobras de uma partitura
com as borboletas de arquivo
e outra o amor a consumiu
fazendo música.
Tantas vezes,
o menino de alma de pássaro
tantas vezes, desembaracei
fio de cordas.
Tantas vezes os juntei na calçada
como quem vai e volta.
Junto ao peito,
Reprimido de ondas
e de cordas.
A dor se faz um fio elástico,
como gosto sempre avaro
de saliva.
Engaiolamos
o sono
as iras.
Somos
o vôo rasante
que se firma.
( do livro Cobra de Vidro )
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