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Encontro marcou por fatos curiosos e momentos de humor



Chagas, Shirassu Junior, Galindo, Resende e Freixo (de costas)





Resende contando o outro lado da história local





Carlos Freixo (da esq para a dir.) Odemir Alves e Jesus de Burarama




Escritores tiveram um papo descontraído no 2º Salão do Livro




Na última quinta-feira (10/11) às 19h30, na sala Papo com Autor, no 2º Salão do Livro, reuniram-se 8 escritores de Presidente Prudente. No encontro, intermediado pelo professor Lincoln César, estiveram presentes na ocasião: Henrique Chagas, advogado e divulgador do site cultural Verdes Trigos, Rubens Shirassu Júnior, jornalista, revisor, escritor e poeta, que publicou Religar às Origens e Muito Macho na Cozinha e Outras Crônicas, Gisele Galindo, jornalista, atriz e autora do romance Destino Íntimo, Benjamin Resende, professor, advogado e autor de Raízes Prudentinas I,II e III, Carlos Francisco Freixo, professor, poeta (Nove Meses Depois, Minha Hora Plena e Cacófatos e Histerióticos) e presidente da Associação Prudentina de Escritores (APE), Odemir Alves, policial militar e autor dos livros infanto-juvenis A Turma da Vila Marcondes e Os Manézinhos, e Jesus de Burarama, cordelista e autor de Do Jeca Tatu ao Sem-Terra.
O público presente ao evento interagiu de maneira alegre e descontraída, constituiu-se bem heterogêneo referindo-se à faixa etária, desde crianças, adolescentes, estudantes de comunicação social e direito, jornalistas, radialistas, professores, funcionários públicos, profissionais de saúde, amigos, parentes e até aposentados.

Momentos de Humor

Durante o bate-papo cada escritor e poeta teve seu espaço para contar sobre um pouco da vida e obra, além de momentos de humor, a exemplo de Shirassu Júnior contando o motivo que escolheu o título do livro “Muito Macho” que mostra a mudança de comportamento e valores na sociedade brasileira, a partir de 2000: É aquela história, no começo ficou “muito macho de raiva e indignado, depois de laceado, desceu macio goela abaixo. “O homem sem emprego passa a pilotar o fogão e a mulher assume o comando da casa, pois está com trabalho fixo, garantindo os compromissos e mantendo a estrutura financeira da família.”
Benjamin Resende contou o outro lado da história: sobre o tempo da “zona do meretrício” ou Vila dos Eucaliptos que, “ao chegarem as famosas cantoras do rádio (Emilinha Borba, Marlene, Dalva de Oliveira entre outras) após a apresentação no auditório das rádios eram levadas rapidamente à zona para cantar a noite inteira nas boates, pois o cachê alto era pago pelos antigos “coronéis” da cidade.”
Já Odemir Alves reviveu a juventude dos anos 70 até o começo dos anos 80, quando correu muito risco andando de “carrinho de madeira e rolimã” pelas ruas e ladeiras da Vila Marcondes, sem esquecer também, da rivalidade que existia entre a turma da rua de cima com a de baixo. Brincadeiras, hábitos e costumes da época. Henrique Chagas citou o fato curioso ocorrido no estádio de futebol do time da Prudentina, quando o rei Pelé levantou a mão para o zagueiro Celso Paiane, estaria pedindo para esperar ou afirmando que o resultado do jogo seria 5 a 0 e, por coincidência, mas como diz o conhecido jargão “a vida imita a arte”, foi mesmo o placar, sendo um dos casos famosos da história do futebol.
Aparecido Júnior, comentarista esportivo e blogueiro, perguntou ao Professor Benjamin quem foi o primeiro dirigente de time, que se tem registro, de Presidente Prudente, e o mesmo disse que foi Tuffi Athia, também o primeiro comerciante de caixões de defunto da cidade. Os treinos e partidas aconteciam no antigo Parque São Jorge, alguns anos depois mudou-se o nome para Vila São Jorge.
No encerramento, houve o sorteio de livros doados por Henrique Chagas, divulgador cultural do Verdes Trigos, além de obras dos escritores, cronistas e poetas de Presidente Prudente.


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