Pintura de Ismael Nery
Te vejo na música
como musa, mãe, mulher,
amante amada dos poetas e compositores.
Pode ser Helena de Tróia,
mulher de Atenas,
Ana de Amsterdã, Joana Francesa,
Bárbara, Leila, Ana Luíza dos castelos,
arrasa a Rosa pelas loucuras.
Rara Alma que te vejo Clara,
visão do esplendor,
às vezes, senhora, teatral e trágica
Maria Bethânia, de criança, Dolores,
olhos de chumbo da solidão de Carolina,
olhos de chumbo da solidão de Carolina,
de bailarina, anjo protetora e Lilly Brown,
ou a Gilda da valsa fatal
pode ser Irene irRita-se
querendo ver sua risada.
Te vejo nos pontos cardeais,
no mapa-mundo, na geografia
que me faz navegador,
o seu descobridor de seus montes
e arquipélagos de amor.
Te vejo despontando na noite,
como a lua.
Te vejo na mansidão dos rios,
ou esbravejando em fúria como mar revolto.
Te vejo no novelo que arde de calor
radiante sol de verão,
vermelho antúrio vivo na paisagem.
Será um Copo de Leite, como flor,
serpente que morde o rabo,
que alimenta um novo ser
em matéria esculpida em mármore,
às vezes, fria geleira exigida pelo momento,
monumento concreto da adoração,
sacramentada em meu coração.
Te vejo no espelho, contas de vidro
da criação.
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