Pular para o conteúdo principal

Surrealismo e a nova realidade





A Friend´s Reunion de Marx Ernst










            Claudio Willer, poeta, tradutor e ensaísta estará ministrando, na sede da Companhia Corpos Nômades, espaço cênico O Lugar, em São Paulo, a oficina “Surrealismo: Uma  Poética da Alucinação”. O curso acontecerá nos dias 8,15, 22 e 29 de abril próximo, todas as quartas-feiras, das 19h30 às 21h30. O prazo máximo para inscrição vai até 3 (sexta-feira) de abril e os interessados deverão enviar um e-mail (conforme o endereço disposto no quadro de serviço logo abaixo) contendo uma carta resumida de interesse e acrescentar no item Assunto: Oficina com Claudio Willer.
            Willer pretende fazer uma abordagem original do surrealismo e avançar na questão do sonho, do objeto, da alucinação. “Esta oficina interessará aos que já assistiram a palestras e seminários meus sobre o tema, e aos que ainda não tiveram essa ocasião.” - diz. Ele utilizará, também, referências de André Breton, Salvador Dali e ressalta a influência destes ícones em sua arte poética e filosofia de pensamento, a exemplo da afinidade com a reflexão de Octavio Paz: “Não são “exercícios gratuitos de caráter estético”, pois “seu propósito é subversivo: abolir esta realidade que uma civilização vacilante nos impôs como a só e única verdadeira”. A destruição da falsa realidade revela outra, que “se levanta de sua tumba de lugares comuns e coincide com o homem”, na qual “somos de verdade”. Nela, “o mundo já não se apresenta como um ‘horizonte de utensílios’, mas como um campo magnético.”
            O curso “O surrealismo: uma poética da alucinação”, combinando sessões expositivas, leituras e práticas de criação, convidará a todos os seus participantes a empreender a destruição da falsa realidade; a enxergar, ouvir e sentir mais, assim dando conta das aproximações ao maravilhoso. O surrealismo será exposto em seus fundamentos e praticado. – “Ilustrei com o conhecido quadro de Max Ernst, mostrando como via os surrealistas - declara Willer.



Perfil








            Claudio Willer, poeta (Anotações para Um Apocalipse, Dias Circulares, Jardins da Provocação e Estranhas Experiências.) tradutor (Uivo, Kaddish e Outros Poemas, de Allen Ginsberg, Escritos de Antonin Artaud, Crônicas da Comuna e Lautréaumont - Obra Completa – Os Cantos de Maldoror, Poesias e Cartas e Livro de Haicais de Jack Kerouac) e ensaísta (Alma Beat, Um Obscuro Encanto: Gnose, Gnosticismo e a Poesia Moderna, Geração Beat, Manifestos: 1964-2010, Os Rebeldes: Geração Beat e Anarquismo Místico). Tem formação acadêmica como sociólogo (Escola de Sociologia e Política) e psicólogo (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo – USP). Ele é, também, Doutor em Letras pela USP com a tese “Um Obscuro Encanto: Gnose, Gnosticismo e a Poesia Moderna”, apresentada em 2008. Na mesma universidade concluiu o pós-doutorado em 2011, sobre o tema “Religiões Estranhas, Misticismo e Poesia”.
            No cinema, participou do documentário “Uma Outra Cidade”, do diretor Ugo Giorgetti, com os poetas Antonio Fernando de Franceschi, Rodrigo de Haro, Roberto Piva e Jorge Mautner, em 2000.





OFICINA: SURREALISMO, UMA POÉTICA DA ALUCINAÇÃO
Claudio Willer
Dias: 8, 15, 22 e 29 de abril de 2015
Todas as quartas-feiras, das 19h30 às 21h30
Número de Vagas: 30
Público-alvo: Pessoas com interesse em literatura
e criação artística em geral.
Inscrições até 3 de abril de 2015
através do e-mail ciacorposnomades@gmail.com
– anexar uma carta sucinta de interesse
e escrever no assunto Oficina com Claudio Willer.
Local: Sede da Companhia Corpos Nômades
- Espaço cênico O Lugar - Rua Augusta, Nº 325
São Paulo - SP










Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O PAU

pau-brasil em foto de Felipe Coelho Minha gente, não é de hoje que o dinheiro chama-se Pau, no Brasil. Você pergunta um preço e logo dizem dez paus. Cento e vinte mil paus. Dois milhões de paus! Estaríamos assim, senhor ministro, facilitando a dificuldade de que a nova moeda vai trazer. Nosso dinheiro sempre se traduziu em paus e, então, não custa nada oficializar o Pau. Nos cheques também: cento e oitenta e cinco mil e duzentos paus. Evidente que as mulheres vão logo reclamar desta solução machista (na opinião delas). Calma, meninas, falta o centavo. Poderíamos chamar o centavo de Seio. Você poderia fazer uma compra e fazer o cheque: duzentos e quarenta paus e sessenta e nove seios. Esta imagem povoa a imaginação erótica-maliciosa, não acha? Sessenta e nove seios bem redondinhos, você, meu chapa, não vê a hora de encher a mão! Isto tudo facilitaria muito a vida dos futuros ministros da economia quando daqui a alguns anos, inevitavelmente, terão que cortar dois zeros (podemos d

Trechos de Lavoura Arcaica

Raduan Nassar no relançamento do livro em 2005 Imagem: revista Usina             “Na modorra das tardes vadias da fazenda, era num sítio, lá no bosque, que eu escapava aos olhos apreensivos da família. Amainava a febre dos meus pés na terra úmida, cobria meu corpo de folhas e, deitado à sombra, eu dormia na postura quieta de uma planta enferma, vergada ao peso de um botão vermelho. Não eram duendes aqueles troncos todos ao meu redor velando em silêncio e cheios de paciência o meu sono adolescente? Que urnas tão antigas eram essas liberando as vozes protetoras que me chamavam da varanda?” (...)             “De que adiantavam aqueles gritos se mensageiros mais velozes, mais ativos, montavam melhor o vento, corrompendo os fios da atmosfera? Meu sono, quando maduro, seria colhido com a volúpia religiosa com que se colhe um pomo. E me lembrei que a gente sempre ouvia nos sermões do pai que os olhos são a candeia do corpo. E, se eles er

O Visionário Murilo Mendes

Retrato de Murilo Mendes (1951) de Flávio de Carvalho Hoje completaram-se 38 anos de seu falecimento Murilo Mendes, uma das mais interessantes e controvertidas figuras do mundo literário brasileiro, um poeta difícil e, por isso mesmo, pouco divulgado. Tinha uma personalidade desconcertante, sua vida também constitui uma obra de arte, cheia de passagens curiosas de acontecimentos inusitados, que amava Wolfgang Amadeus Mozart e ouvia suas músicas de joelhos, na mais completa ascese mística, não permitindo que os mais íntimos se acercassem dele nessas ocasiões. Certa vez, telegrafou para Adolph Hitler protestando em nome de Mozart contra o bombardeio em Salzburgo. Sua fixação contemplativa por janelas foi assunto do cronista Rubem Braga. Em 1910, presenciou a passagem do cometa Halley. Sete anos depois, fugiu do internato para assistir ao brilho de outro cometa: Nijinski, o bailarino. Em ambos os casos sentiu-se tocado pela poesia. “Na