Carlitos em cena do filme Tempos Modernos
A ação rompe com um modelo de comodismo
e de cegueira mental de mais de 50 anos
Vivemos na sociedade do
individualismo e da egolatria, dois cancros sociais, necessários para produzir,
entre outras doenças, os propagandistas necrófilos de instituições em ruínas e
dos falsos mitos. Causam imensos estragos humanos e na memória em geral, além
da lavagem cerebral, da violência gratuita, entre outras injustiças. Estas são
típicas características do retorno do medievalismo que, para disfarçar, usa a
cruzada moral, a imagem angelical dos jesuítas, e conforme relato do sociólogo
Gilberto Freyre destruiu a grande e rica cultura do ervanário dos índios, com o
apoio dos conquistadores portugueses e espanhóis provocando um dos maiores
genocídios da América, quase igualando aos Estados Unidos. Com a auréola de
santos, os ególatras dos dias de hoje abusam da boa-fé persuadindo os oprimidos
e encobrem a criatura grotesca, ardilosa, hipócrita, narcisista e oportunista.
Um pensamento retrógado e símbolo da Nova Idade Média.
Em meio ao turbilhão que assola o
Brasil, temos que exaltar o belo gesto da equipe de jornalistas e escritores de
um jornal de Presidente Prudente, que une o pensamento à atitude de cidadania,
respeito e estímulo por prestigiar um poeta natural da região oeste do Estado
de São Paulo. Da maior importância à poesia e à literatura a publicação da
entrevista do poeta Raymundo Farias de Oliveira, edição de novembro do jornal Pio-Pardo.
A iniciativa dos editores Zelmo Denari e José Roberto Fernandes Castilho rompe
com um modelo de comodismo e de cegueira mental de mais de 50 anos que ocorre
na cidade e região oeste. Apenas publicam-se entrevistas com profissionais
liberais, astros da música sertaneja e do meio esportivo, grandes atores e
atrizes do cinema, da televisão e do teatro. Temos que exaltar o belo gesto da
equipe de jornalistas e escritores que une o pensamento à atitude de cidadania,
respeito e estímulo por prestigiar um poeta natural da região oeste do Estado
de São Paulo.
Por falta de um banco de dados e a
disponibilidade de acesso a estatísticas e, também, pela carência de
profissionais especializados no marketing e no jornalismo cultural, percebe-se
que 99% dos diretores de redação e proprietários de empresas jornalísticas e de
revistas, o produto cultura tem um público restrito e pouco retorno financeiro.
Este perfil verifica-se também nas poucas revistas que ainda circulam, em que
divulgam festas e cerimônias de formatura ou casamento, entrecortadas por
imagens dos participantes dos eventos, reforçando nos anúncios publicitários ou
matérias de sustentação de imagem de empresas e indústrias. O que os
empresários e os proprietários de publicações impressas da cidade e do interior
paulista deveriam pesquisar e conscientizar: uma parcela destes autores locais
vem sendo agraciada por prêmios em concursos e programas de ação e incentivo
cultural, promovidos pelo Estado e pelo Governo Federal.
A matéria fundamental do poeta seria
a essência do viver da vida, que necessita do prazer aliado à aventura do
sentir os elementos impalpáveis oriundos das energias dos quatro elementos da
natureza e do cosmo. Por isso, foge da ordem estabelecida pelo capital de
acúmulo, poder e ostentação do homem civilizado, vazio e consumista, como um
mal necessário onde move a engrenagem da indústria. Igual ao pensamento
marxista, a poesia mostra-se inerte, visionária, fora das tarefas padrão e sem
forças para mobilizar a comunidade, e as ações individuais dos idealistas românticos
não levam a lugar nenhum. Apenas trazem a frustração, o embate e jogam no
buraco negro pelo excesso de utopia. Os tempos são outros e pairam nuvens
cinzentas de insegurança, consequência da cultura do medo enraizada geneticamente
pelos regimes escravocrata e ditatorial.
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