Com a mudança de
comportamento do sexo feminino junto aos hábitos e costumes, por consequência, a
zona do meretrício entra na fase de decadência. As boates, os bares, os pontos
de táxi e, acima de tudo, as casas mais famosas, a exemplo da Norma, começam a
perder público. Noventa por centro das prostitutas, dos gays e dos travestis
migraram para as ruas Rui Barbosa, Doutor José Fóz (antiga Joaquim Távora), Felício
Tarabay e Barão do Rio Branco. Outros profissionais como garçons, cozinheiros e
seus auxiliares, se encaixam em pequenos restaurantes ou numa tradicional boate
de strip tease, na Vila Angélica, zona
norte da cidade. Apenas os músicos ficam restritos aos bailes sazonais em datas
comemorativas.
No eixo central,
chega a notícia do fechamento das lojas Ducal e Duton, de roupas e acessórios
de São Paulo, na Rua Barão do Rio Branco, esquina com a Felício Tarabay. Ocorre
o aumento da população flutuante, precisamente os universitários das três
faculdades de Presidente Prudente, duas particulares e uma pública. Pela grande
demanda, um número expressivo de pessoas físicas começa a divulgar a locação de
quartos em rádios AM e nos classificados dos jornais impressos, incluindo 3
refeições e roupa lavada e passada. De modo alternado no bairro Cidade
Universitária, no Jardim Bongiovani, alguns comerciantes investem em bares,
lanchonetes, como os pioneiros Tio Zan e Necos Bar. Além de xerocadoras,
quitandas, papelarias e chaveiros.
Pela força e poder de
infiltração, ocorre um aumento das publicações impressas, de periodicidade
diária, semanal e revistas trimestrais e anuais. As agências de propaganda e
publicidade Nova Imagem Propaganda e Marketing (NIP), de Altino Correia, Rubens
Shirassu e Sérgio Antonio (Antonio Sanches Rodrigues) desenvolvem as campanhas “Adote
um Atleta”, em parceria com a Associação Municipal e Esportiva de Presidente
Prudente (AMEPP), além da promoção do calendário tradicional do dia das mães,
de Natal e de Ano Novo. A segunda agência da cidade, a Guldy Artes e Publicidade,
de João Toledo Flores, atende ao comércio e às indústrias locais e de outros estados,
se notabilizaram pela produção do informativo diário divulgando os resultados
dos jogos regionais do interior, no período de Antonio de Figueiredo Feitosa,
secretário de esportes na época. Um evento que trouxe referência ao atingir
todas as classes sociais e faixas etárias, divulgou o esporte, a imprensa
escrita de São Paulo e Rio de Janeiro, dá destaque em seus cadernos específicos.
Além de chamariz para atrair os moradores da região oeste do Estado. De outro
lado, se disfarça encobrindo a face egoísta, ignorante, violenta e impulsiva: Sem
plano diretor que priorize o ser humano, de políticas culturais de preservação
ocorrem a desmemória, a perda de identidade e o desprazer pela forma livre.
Pela liberação
gradativa da censura que leva a um revigoramento da produção artística, a qual volta
a ter um compromisso com os problemas sociais. Na classe artística, percebe-se
a procura de novos caminhos para a arte, dentro do processo de redemocratização
do país. A passagem brusca da linguagem precisa e requintada das vanguardas
para a expressão apoiada na linguagem simples e das gírias do cotidiano,
seguida de uma visão ingênua a respeito das questões estéticas e sociais e
somada às derrotas da esquerda na América Latina, contribuíram para que os
irmãos Max e Dante Gatto, Paulo Beloni (in memoriam), Paulo Trevisani Júnior, entre
outros autores, reconsiderassem suas posições, buscando na poesia uma forma de
expressar suas mudanças e seu aprofundamento de visão de realidade. Tanto “Poesias”
como “Chapéu Mexicano”, publicações independentes, exprimem a totalidade de
suas experiências no plano de vida e da literatura, por meio de versos
assimétricos e dissonantes, carregados de paixão corporal e indagando sobre a
liberdade de ser. De forma global, os dois livros, reiteram o questionamento
sobre a poesia, as preocupações com os grandes temas do homem e da América
Latina, as recordações da infância, a dor, a tristeza, a solidão e a solidariedade
para com os menos favorecidos são os temas explorados pelas poesias curtas e
herméticas, em sua maioria. Em algumas poesias nota-se a estética absoluta do
concretismo de 1958, os dois livros indicam as influências, algumas das crises,
rupturas e retomadas da atividade artística no Brasil dos últimos 37 anos.
Pela especulação
imobiliária sucedem as reformas das fachadas das casas ou demolição,
principalmente nos bairros pioneiros (vilas Marcondes, Dubus, Esperança,
Charlote, Santa Helena, Jardim Aviação, as vias do eixo central e Bairro do
Bosque). Essa ação descaracteriza o estilo art
déco, uma determinada tendência de arquitetura difundida no Brasil, entre a
década de 1930 e meados dos anos 50.
Esse estilo se expressa em pinturas, esculturas, prédios, móveis, rádios
e objetos. Na arquitetura, o gosto déco
recebeu impulsos do cubismo, do futurismo, do expressionismo e outros
movimentos das artes plásticas, ao mesmo tempo que absorveu influências
diversas de arquiteturas anteriores e contemporâneas. Concilia aspectos do
racionalismo moderno e vínculos com o ecletismo, representando uma síntese formal
da estilização equidistante da vanguarda e da tradição, e conjugando as
tradições acadêmicas beaux-arts de
hierarquização volumétrica e decorativista, com a negação do historicismo. Um
amplo conjunto de temas compõe o repertório decorativo art déco, incluindo motivos figurativos estilizados, elementos
geométricos abstratos ou formas curvas aerodinâmicas. Tais motivos são
inspirados em máquinas, na fauna, na flora, em temas associados a culturas
antigas e na linguagem clássica. Referências associadas a construções egípcias
e/ou astecas podem ser identificadas no geometrismo; uso de prisma ortogonal,
escalonamento; sobreposição de planos de fachadas e baixos relevos com desenhos
geométricos.
Um dos seus vínculos
com a arquitetura beaux-arts situa-se
em seu apelo decorativo, que se expressa através da volumetria em composições
marcadas pelo jogo de formas geométricas e/ou através de fachadas com elementos
figurativos de forte conotação ornamental. Outro vínculo da arquitetura de viés
art déco com o passado diz respeito
ao uso – com certa frequência – do método beaux-arts
de composição, pela adoção de regras referentes à simetria, axialidade e
hierarquia na distribuição da planta, na organização das fachadas e na
disposição da volumetria, expressas, entre outras coisas, na ênfase conferida
ao acesso principal e na repartição da fachada em base, corpo e coroamento. Um
terceiro vínculo diz respeito ao uso – após submetê-los à operação de
simplificação – de elementos da linguagem clássica, como colunas, óculos,
frontões, capitéis, pilastras e platibandas. Esses vínculos, entretanto,
mostram-se mais ou menos fortes, em diferentes tipologias. Assim, as fachadas
simétricas foram frequentes, sobretudo, em edifícios de apartamentos, em
prédios comerciais, industriais e públicos, ou em casas geminadas quando
compondo conjuntos. Para Maria Lucia Bressan Pinheiro, ao analisar a
arquitetura residencial em São Paulo, observou que, “nas residências
unifamiliares, predominaram as composições assimétricas, possivelmente por esta
parecer gozar de uma maior liberdade formal e compositiva”.
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