Para Lúcio Cardoso
Como
um cavalo ao amanhecer,
um
cavalo selvagem rompe o dia,
numa
aquarela viva,
vital
quarto de milha em plena campina,
no
planalto ao longe,
ele
galopa,
ele
relampeja ao longe
ele
troveja ao longe,
seus
cascos no trote sincopado
provocam
pequenos abalos
insistentemente,
como
varetas de bambu batendo
num
tambor distante,
o
sol ruge & ergue a aurora liberdade
joga
a sombra do cavalo
para
fora do buraco negro.
Enquanto
nas inatingíveis paisagens marinhas
entre
lonas brancas e enfunadas
sobressaem
radiantes os barcos, que seguem a reta,/
sem
metas para os quatro ventos, dos pontos cardeais,/
guiados
pelo farol de milha que espalha a serragem,/
o
mar quebrando na praia das estrelas,
no
selvagem coração do tripulante cavalo sem dono,/
o
sonho da vida livre, velas abertas
para
o outro mundo.
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