Contam os povos da
Europa que havia uma pequena aldeia sem perspectiva de progresso. O rei tentava
por todos os meios, juntamente com sete donos de terras, sustentar a boa imagem
do seu reinado, mas todos os planos para impulsionar a economia e, principalmente,
gerar empregos naquele lugarejo, não satisfaziam os aldeões.
Aquela gente estava
cansada de uma moléstia, logo designada fingirtrofia, popularmente conhecida
como “me engana que eu gosto”, que tripudiava sobre todos há 27 anos. Os
produtos fabricados não tinham qualidade no mercado e, de resto, cortavam o
acesso a outras praças. Grandes proprietários de outros reinados recusavam o
pedido para investirem no vilarejo, alegando que os impostos e fretes eram
muito altos, além de faltar mão-de-obra especializada, pois, a fingirtrofia
impregnava a cabeça de todos: operários, fiscais, profissionais liberais,
artesãos entre outros.
Os sintomas mais
característicos desta doença eram falta de concentração para a criação de
projetos pessoais e estratégias de trabalho, além da preguiça mental,
narcisismo, individualismo, consumismo desenfreado, direcionado às compras de
novos acessórios. As falhas das leis
favoreciam os poucos ricos que ainda permaneciam no local e os pobres
continuavam sonhando os sonhos de sempre: que o próximo rei seria honesto,
inteligente, bondoso e capaz. Seus sofrimentos, portanto, estavam com os dias
contados!
Enfim, um dia, o rei
e sua corte anunciaram que a escolha havia sido feita e, ato contínuo,
apresentaram à população o novo monarca: um homem autoritário e pobre de
espírito! Como os pobres poderiam reconhecer nesse homem o seu rei?
Essa historieta
poderia ser usada, para adormecer criança, no entanto, desaba sobre todos os
brasileiros como um pesadelo: que reformas serão adotadas? O que vem por
aí? Pelos discursos ouvidos aqui e ali,
continuamos sem ter um perfil claro da próxima administração, pois os cargos
continuam sendo disputados nos subterrâneos das intrincadas redes dos partidos!
Pior ainda, por
paradoxal que possa parecer, continua presente, nos labirintos do poder, a
conhecida geleia geral brasileira, instalada abaixo da linha do Equador e
os pobres brasileiros, continuam a
assistir a contínua desestruturação de um país, de sua economia e de sua
sociedade.
Até quando vamos
continuar voando nas asas da quimera e dos sonhos, fingindo ser o que não somos, pela falta de
consciência do nosso atraso, de
oportunidades de trabalho para as camadas mais pobres da população e de capítulos mais edificantes desta
historieta brasileira, que estamos cansados de assistir?
Comentários
Postar um comentário