Lona imperfeita
de eus em meus em
multidão
plantada em hastes,
colinas amplas
com topos suaves e
ondulados:
cidade inventada a
cada pessoa.
Teus homens, mulheres
e moribundos
vestem a roupa
rústica das manhãs
à noite despertam os calçados
da tarde
ora com nuvens, ora
sem elas.
Levam às ruas o
coração fechado
enquanto os olhares
usurpam cores
das feias calçadas
fora de nível
à quimera das
vitrines
atados estamos ao
preço das coisas.
E a matéria vivida
coexiste calada
nos cômodos das
mesmas casas
soma de tantos gestos
e sentenças
manchas úmidas nas
paredes gastas.
Quantos insones
atravessam a tua noite
acionam os remos
largos da madrugada
e no amanhecer fecham
os olhos
cansados,
indiferentes à
altivez dos edifícios.
Na praça da rodoviária
aparecem as
primeiras crianças –
as que se interessam
pela terra
acreditam na sombra
das árvores
e acolhem faceiras a
luz deste dia.
Com nenhuma cor
retida na retina,
transeuntes viram as
faces
condenando as flores
rasteiras:
cada dia um menino Jesus
crucificado
em cada esquina.
Aos poucos –
avenidas, ruas, prédios
despertam os
músculos, ossos
e o rosto.
Novamente o corpo se
levanta
por inteiro
novelo de artérias
sem fim nem começo.
Teu nome, Prudente,
induz ao engano,
tão pouco de ti
lembra Presidente.
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