Desde a época de Noé, a humanidade se diverte
tomando grandes pileques
Tudo começou com Noé, que inventou o vinho, tomou um porre bíblico e apareceu pelado em público, assustando todos os personagens do Velho Testamento. Depois, abalado por uma colossal ressaca, inventou a história do dilúvio e encheu a arca com todos os animais que apareciam em seu delirium tremens.
Dado o pontapé, digo, o gole inicial, daqueles tempos místicos até nossos dias, a humanidade não parou de se divertir com grandes pileques, tomados por personalidades famosas e boêmios anônimos, subvertendo a ordem natural das coisas e colocando na árida rotina do cotidiano um pouco de lirismo, humor e poesia, e matéria-prima da vida simples, divertida, lírica, calma, bonita de uma turma solidária, que sabia escrever muito bem.
Sempre digo para o pessoal que, de 94 para cá, após a reserva de mercado do Governo, de repente, começam a lançar um modelo de computador atrás do outro, daí a gente viver hoje estressado neste corre-corre, por causa da paranoia da rapidez que incutiram na cabeça de uns “e-diotas”, como diz o Dimenstein.
Para Wilson Morgado, arquiteto e boêmio paulista, “entre as várias propriedades do álcool, uma muito conhecida dos eméritos bebedores é a de aguçar a inteligência”. Usava esse argumento, quando acusado de porrista. Estufava o peito e esnobava: Olha aí, malandro, fique sabendo que escritores famosos como Lima Barreto, Emílio de Meneses, Fagundes Varela, Coelho Neto e Alberto de Oliveira eram todos uns paus d´água de marca. Reafirmava a tese de que a bebida torna os homens mais talentosos.
Lembro-me ainda de uma matéria do Time que dizia que, dos seus americanos que obtiveram o Prêmio Nobel, quatro (Eugene O´Neill, Sinclair Lewis, William Faulkner e Ernest Hemingway) eram biriteiros homéricos e eméritos, e um quinto (John Steinbeck) bebia profissionalmente.
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