A
lógica de mercado ocupando seu espaço
nas
sub-estruturas sociais
Buscando novas opções e atrativos as
comunidades online que propõem fazer amizades tem um bom propósito. A inclusão
é feita através de um convite ao usuário via e-mail. Apenas os amigos que interessam
ao usuário têm acesso às informações contidas no perfil, que inclui desde uma
autodefinição, estado civil, data de nascimento, o que inclui o interesse na
comunidade (amizade, namoro ou contato profissional) hobbies, e-mail, fone ou
celular para contato. Seu formato assemelha-se ao tradicional mural das
escolas, onde deixam os recados, chamados de “scrapts”. Um olha na página do
outro. Você fica exposto, perde a sua intimidade e privacidade. O nosso mundo se
torna uma página aberta! Há algum tempo incluíram um rastreador digital, onde
marca o número de visitas junto com o nome dos visitantes na sua home.
É inescapável a sensação de que
estamos numa vitrine virtual, em que a simpatizante envia um scrapt e, pela
sorte, você começa a teclar daqui uns tempos no Chat. Antes de prosseguir,
esclareço que não sou um daqueles que choram pela “boa e velha ordem moral
perdida”. Nada tenho contra formas heterodoxas de iniciar relacionamentos nem contra
uma suposta mercantilização do sexo que, salvo engano, existe desde que o homem
desceu das árvores, talvez antes. Cai no velho papo da livre escolha de cada um.
O interessante aqui é o modelo
adotado pelos sites, um retrato fiel, quase um tipo ideal, de um novo
relacionamento que se apresenta. Em primeiro lugar o sexo já não se esconde.
Ainda que apenas insinuado nas entrelinhas, ele deixou de ser assunto de alcova
para ganhar espectadores e transmissão pela Internet. Você corre o risco de ser
o escolhido por uma garota de Rondônia, sendo que, você mora em Teodoro
Sampaio, no interior de São Paulo. Como ocorre de praxe: Por falta de dinheiro,
a garota chamou o rapaz de frouxo por não ter ido ao encontro marcado. Ela (a
garota) se sentiu rejeitada.
Mais do que isso, o relacionamento e
o sexo já não hesitam em se mostra como produto de consumo. Banalizou-se,
facilitou, ou entrando no chavão “muita oferta e muita procura”, só sei que os
tempos são outros! É um pouco a lógica de mercado ocupando seu espaço nas sub-estruturas
sociais. Pessoas hoje fazem suas escolhas sexuais no atacado (orientação
sexual) ou no varejo (este ou aquele pretendente), mais ou menos da mesma forma
que optam por uma linha ou marca de produtos. Mais importante, desfrutar de
prazer sexual imediato, sem pensar em história, sem pensar em amanhã qualquer
que seja ele, é no limite uma obrigação, cientificamente determinada.
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