La Victoria de René Magritte
Jogo
os meus olhos no clarão do céu
Jogo
os meus longos cabelos magnéticos
na
flor violeta-chumbo em ebulição.
Quero
ser só matéria em dispersão,
um
sopro dos elementos em fúria.
O
vento cospe um poema
em
forma de temporal
me
reflito no azulejo,
topo
de miragens augustas,
reflexo
da eternidade,
amálgama
do ar, da água e
do
fogo em corrente.
O
dedo indicador direito erguido
na
amplidão desenha os quatro pontos cardeais
após
o traçado, traz a porta do horizonte
em
direção ao centro
do
coração pulsante,
visões
do esplendor.
As
nuvens flexionam as espáduas
saltando
as veias como raízes
do
meu corpo com os pés fincados na terra
de
braços abertos no ar.
Pelo
descampado respiro
o
som de contas de vidro
trincam
as veias formando um mapa
do
tempo nublado.
Como
um Ente nervoso,
desencapa,
deságua e eletrifica
em
forma de tempestade.
Enquanto
meu espírito passeia
longe
de mim,
sentidos
no infinito, desprende
no
fugaz instante
gravura
rubra e cinza enlouquecida
as
nuvens e a vida se perdem
como
um corcel dando coices.
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