Ao
centenário de Presidente Prudente
A
noite, aos poucos, fecha a sua mão de mortalha densa
ao redor, e tudo é poroso através dos portões clássicos,
da
familiaridade de séculos de suas frestas, dos pilares,
a
mescla das arquiteturas grega, europeia e suas janelas ovais.
No
centro das praças circulares das catedrais
de
São Sebastião e Nossa Senhora Aparecida
hei-nos
menos contemplados e mais inquiridos
por
policiais, moradores de rua, aposentados,
transeuntes
curiosos e pederastas.
Posturas
ausentes de sentido
nossa
condição social não seduz.
A
pergunta geral,
o
excessivo mercado consumidor contracenando
com um esqueleto
que
lamenta a alta da carne.
Querem
desfrutar de nós
uma
existência não basta para tanto:
Irradiamos
a falta de perspectiva,
assim
o futuro é branco.
No
centro de uma arena?
Das
Câmaras Municipal e Federal, e do Senado?
Que
valem mais ou menos,
no
deserto nos vemos
imantados
pelo aço do silêncio,
do
medo em nós cravado.
O
mesmo pânico amarelo dos retratos
que
engasga os vermes que roem as páginas
das
vidas passadas que brotam daqueles postais empoeirados.
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