O
ensaísta destaca que “aprender a cozinhar pode modificar a percepção que as
pessoas têm dos alimentos e seus produtos finais”, comenta. Se em outras
gerações a habilidade em dominar a cozinha era parte da formação, ainda que só
da mulher (mas isso é outra história), com o passar dos anos a sociedade adotou
o já desgastado ditado “descasca cada vez menos e desembala muito mais”. A
comida de verdade perde espaço para a industrializada, pratos prontos
congelados, os ultraprocessados, a praticidade do fast food.
“Com
a revolução industrial, muitas pessoas saíram de suas cidades de origem, foram
para os grandes centros, alteraram radicalmente a qualidade de vida. Os hábitos
alimentares foram se transformando, as quitandas típicas do café da manhã em
Minas Gerais, acompanhadas de queijo minas frescal e o café coado na hora, que
eram compartilhados com a família antes de iniciarem os afazeres do dia, foram substituídos
por uma rotina incansável nas metrópoles, dando lugar a pães industrializados,
produtos de fácil acesso, uma forma de sintetizar a alimentação”, conta.
Para
Rubens Shirassu Júnior, autor de A
literatura na degustação, com a chegada da pandemia, as pessoas iniciaram o
resgate dos hábitos alimentares. “Estar presente, preparar sua própria
alimentação,’mindful eating’ (comer
com atenção), compartilhar momentos, sentar à mesa, e viver um momento tão
importante. Deu-se início ao resgate da alimentação no lar, dos cadernos de
receitas, o que pode ser a luz no fim do túnel para um Brasil diante da
catástrofe da obesidade.”
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta a doença como um dos mais graves
problemas de saúde que a sociedade tem de enfrentar. Em 2025, a estimativa é de
que 2,3 bilhões de adultos ao redor do mundo estejam acima do peso, sendo 700
milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal
(IMC) acima de 30. No Brasil, essa doença crônica aumentou 72% nos últimos 13
anos, saindo de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2019.
Além
de ser benéfica para a saúde, como atesta o escritor, pesquisador e ensaísta em
seu mais recente livro, Shirassu Júnior enfatiza que “a cozinha remete ao
carinho, ao autocuidado, ao afeto e, principalmente, estimula a criatividade.”
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