Os atores Roberto Bataglin e Cláudio Marzo
Hoje, será exibido o filme Nunca Fomos tão Felizes, um longa-metragem de Murilo Salles, às 19h30, na Sala de Cinema Condessa Filomena Matarazzo, parte integrante do Centro Cultural Matarazzo. Amanhã (2 de março) e domingo (3), o filme será apresentado às 17 horas.
Feito com base num conto do escritor gaúcho João Gilberto Noll, tirado de um slogan difundido pela Globo na década de 70. O filme de Salles faz uma análise sutil e emocionada do relacionamento entre pais e filhos, do poder da televisão junto aos jovens que são praticamente abandonados em casa e, em termos genéricos, do isolamento dos guerrilheiros. Exceto na parte política, claramente datada, os problemas abordados em Nunca Fomos Tão Felizes são atuais, pois para muitas famílias a televisão continua a ser uma espécie de babá eletrônica, e as dificuldades enfrentadas por Gabriel são as mesmas de qualquer jovem com pais que se dedicam de corpo e alma a uma causa ou profissão.
A grande novidade do filme é que Murilo Salles, com experiência de fotógrafo, usa uma linguagem eminentemente visual. Seus personagens não se explicam ou fazem discursos. O diretor se limita a colocar Gabriel no apartamento claro e vazio, por exemplo, para mostrar a sua solidão. Esse tipo de recurso, porém, vai bem até certo ponto — Gabriel não se cansa de perguntar ao pai o que ele faz, irritando não só Cláudio Marzo como o espectador. Essa redundância só não chega a comprometer definitivamente o filme porque Marzo e Bataglin, trabalhando em perfeita sintonia com o diretor, conseguem mudar de rosto e entonação a cada vez que a cena se repete.
Centro Cultural Matarazzo
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