Uma forma de buscar respostas para questões universais
A imprensa mostrou o caso do massacre praticado pelo jovem Anders Behring Breivik em Oslo, em que o fundamentalismo de direita ressurge e cresce, com atentados racistas na Europa e alguns focos no Brasil. Esses fatos esparsos comprovam que a direita religiosa tem ganhado força e se expressado da maneira mais assustadora possível, ao menos. Como no recente massacre perpetrado por um cristão fanático na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, subúrbio do Rio de Janeiro, no qual a velha mídia optou por não dar ênfase ao seu fanatismo cristão.
Se na sociedade de Oslo, na Noruega, do bem-estar social e progressista, o cristianismo fundamentalista de direita levou a esse massacre, o que esperar de nosso País, onde atualmente as crenças dos cristãos conservadores exercem uma enorme influência sobre o discurso público – em escolas, juizados e, principalmente, no Legislativo – ao ponto de intervirem em políticas de governos e silenciar, sob ameaça de danos eleitorais, políticos de boa fé?
Mas não devemos culpar esses jovens infelizes que revivem um passado de ódio e xenofobia tribal, que ofusca o brilho da estrela democrática e evolução em todos os aspectos. Toda forma de pensamento que contenha intolerância, radicalismo, nacionalismo exacerbado e segregação racial emerge de classes mais ou menos esclarecidas, independente de condição social. Mas não se pode jogar toda a culpa nos jovens radicais, pois, não fizeram sozinhos suas cabeças. As quedas do nível de ensino e padrão social atrofiaram o cérebro dessa geração. Pregando um velho discurso totalitário, os fundamentalistas parecem os skinheads, pois demonstram o retorno da propaganda ideológica de Hitler. Em sua base estaria uma cultura nacional repleta de conservadorismo e prepotência.
Hoje, a nova geração cultua celebridades e não mitos. Durante muito tempo, a mitologia serviu para dar ao Homem respostas a perguntas que o homem não podia compreender: o que eram o sol, os fenômenos da natureza, sentimentos, etc. Entretanto, no século 18, época em que o mundo era dominado pelo racionalismo, pelo empirismo e pelo pensamento científico, a mitologia foi seriamente condenada, por ser sinônimo de ilusão e superstições. Acreditava-se que o mundo só poderia ser compreendido através dos mecanismos básicos da razão. Entretanto, o antropólogo Joseph Campbell retomou e explicou a relação entre os mitos e a personalidade humana.
Baseado em todos esses estudos, pode-se chegar à conclusão de que os mitos são uma forma de o ser humano exteriorizar o seu inconsciente, tentando, através deles, buscar respostas para questões universais que o perseguem desde o seu surgimento: Quem sou eu? De onde vim? Para onde vou quando morrer? O que é o bem e o que é o mal? Como será o futuro? O que aconteceu no passado? Deus existe? O que é a morte? São perguntas que a Ciência ainda não pode explicar, mas que há muito tempo a mitologia já havia explicado.
Comentários
Postar um comentário