O Grito de Edvard Munch
Visão ecológica, poética e vital sob a influência do quadro
do pintor norueguês
Descubra e chame o seu animal tutelar
Conheça o universo paralelo,
novas tribos, vida simples & natural.
Siga a viagem xamânica na rua de mão
contrária da existência.
Desamarre os sapatos dos limites, das tarefas,
dos sofrimentos da máquina selvagem,
irmã do consumo e da hipocrisia do século XXI,
frutos da sociedade industrial.
Abra os cadeados, quebre as correntes de ferro,
pois a rua é muito estreita, corta as vibrações
dos fluidos das folhas & seu Axé, protegido
dos guardiões dos círculos celestes.
Deserte as cidades, fábricas de doenças,
ilhas de destroços, cativeiro de cegos
sem rumo, zumbis que vagam
na face escura da lua,
que vomita o pesadelo da noite.
Seja pirata com espírito de aventura
na carne, beba o vinho de Baco, metáfora
do sangue, celebrante da vida!
Seja cavalo que banha nas fontes
do pulsar do coração, tambor dos ritmos,
cachoeiras de luz reflete Exú que salta
brincando pelos reinos, com os Orixás
dançando na velocidade dos elementos puros
na encruzilhada de cometas.
Orikis dos reinos, dos apontamentos iorubá
de Pierre Watumi Verger, conhecimento empírico,
dos negros blues que amoldam identidades.
Seja vidente, antena do poeta
demiurgo, ectoplasma em ebulição
na própria pedra da alquimia preciosa
do mestre Paracelso, vulcão sem brumas,
o êxtase, astro em vibração, cipó da Amazônia,
raiz do incesto do sol com as águas.
( 1988 )
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