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Outros públicos em foco





O Briefing: aplicado em diferentes etapas do projeto





O novo projeto do Oeste Notícias opta por uma diagramação dinâmica, de fácil leitura, com textos claros, objetivos e fluentes, sempre valorizando os espaços brancos que descansam os olhos. Complementando com gráficos, pesquisas e resumo do fato para melhor compreensão do (a) leitor (a), usando uma linguagem gráfica própria sintonizada com as técnicas contemporâneas do jornalismo gráfico.
Gostaria de sugerir aos Editores do diário que estudem a possibilidade de alterar a página 4, última página do caderno “Tem”, onde divulga os bastidores da TV, resumos de novelas, gossips que envolvem astros e estrelas do cinema e teatro, de modelos famosas entre outras coisas. Acredito que o conteúdo da página esteja saturado, porque a maioria das publicações populares ou de badalações nas noites locais ou nacionais, incluem o material há décadas, tornando o espaço um ponto de matérias frias, normalmente, vendidas por agências de notícias.
Motivo pelo qual, sugiro que estudem a viabilidade de criar uma página cultural dirigida aos leitores mais exigentes e bem informados, onde alternadamente incluiria crônicas, poesias, resenhas, ilustrações de alunos de educação artística, poesias de autores conhecidos e inéditos. Pode-se incluir o ranking dos filmes e livros mais procurados nas lojas, locadoras locais e nacionais. Por outro lado, podemos estimular os comentários, ensaios e resenhas literárias de acadêmicos de Letras, Filosofia, Pedagogia, Comunicação Social, design gráfico, professores, pintores, músicos, etc.
No início, os contatos, o marketing e as agências de propaganda podem torcer a boca argumentando que o público é restrito, porque o produto pertence a uma elite cultural, mas, se gradativamente, pensemos a longo prazo, irá surgir/formar um nicho de mercado que busca novidades e aprecia um produto cultural de qualidade, abre-se uma porta para os editores de outras localidades da região oeste e do Estado de São Paulo. Favorecerá, também, aos publicitários e à classe artística que incluirão no cronograma de divulgação do projeto cultural o caderno “Tem”, como publicação dirigida à divulgação e à compra de espaço para divulgar tanto o lançamento de livro, de show, exposição, entre outros eventos culturais.
É neste ponto que o caderno Tem se diferenciará das outras publicações do mercado regional: por apoiar e divulgar os produtores culturais locais, regionais e estaduais, por uma mídia que oferece uma impressão de qualidade, financiada pelas empresas anunciantes do jornal. Em função disso, a tendência do caderno deve ser, aos poucos, mesclar o tom informativo junto com o caráter opinativo e de entretenimento, descongestionando a página 2 do jornal, deixando-a mais para críticas políticas, sociais, econômicas, questões jurídicas ou trabalhistas, o editorial e as sugestões, os agradecimentos e reclamações do(a)s leitore(a)s.
Com sensatez, o caderno não estaria isento das críticas. Sua proposta é um jornalismo cultural e comercial, interativo e profissional. Pressupõe cabeças pensantes dos dois lados – do jornalista que trata a informação, do comerciante, do leitor e produtor cultural, que a consome. Aos contatos publicitários, a tarefa de, com sensibilidade, responsabilidade e competência, comercializar o caderno Tem como um produto que é, com concorrência e público-alvo. Após um prazo específico de laboratório, elaborar uma pesquisa para saber qual a reação dos empresários, do público por classe social e faixa etária. E se obviamente, os produtores culturais: quanto à informação e à linguagem gráfica. Afinal, todas as faixas de público de Presidente Prudente e região oeste do Estado, merecem combinar altas doses de informação com a medida certa de bom jornalismo cultural e empresarial!


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