Ilustração de James Kochnline
Quatro escritores e um divulgador literário estarão reunidos na próxima terça-feira (11.06) às 19h30, na Sala de
Cinema Condessa Filomena Matarazzo, do Centro Cultural Matarazzo, de Presidente
Prudente, para discorrer sobre a trajetória da literatura na cidade.
Foram convidados para compor a mesa de
avaliações e propostas: Rubens Shirassu Júnior, jornalista cultural, escritor,
cronista e poeta, Carlos Freixo, professor e poeta, Henrique Chagas, divulgador
literário, Iracema Caobianco, escritora e artista plástica e Afife Salim
Sarquis Fazzano, professora universitária.
O encontro integra o projeto
Laboratório de Ideias e terá a mediação do escritor Lincoln César.
O estudo e a reflexão sobre as origens
da literatura prudentina, comparando com a brasileira, devem ser analisados
levando-se em conta duas vertentes: a histórica e a estética. O ponto de vista
histórico orienta no sentido de que, tanto as literaturas local e brasileira,
são uma expressão de cultura gerada no seio da literatura portuguesa. Como até
bem pouco tempo eram muito pequenas as diferenças entre a literatura dos dois
países, os historiadores acabaram enaltecendo o processo da formação literária
brasileira, a partir de uma multiplicidade de coincidências formais e
temáticas.
A outra vertente (aquela que salienta
a estética como pressuposto para a análise literária brasileira) ressalta as
divergências que desde o primeiro instante se acumularam no comportamento (como
imigrante pioneiro) do homem prudentino, além da miscigenação das raças, do
cultivo das tradições, hábitos e costumes, que influem na composição da obra
literária. Em outras palavras, considerando que a situação do pioneiro tinha de
resultar numa nova concepção da vida e das relações humanas, com uma visão
própria da realidade, a corrente estética valoriza o esforço pelo
desenvolvimento das formas literárias na cidade, em busca de uma expressão
própria, tanto quanto possível original.
Produção Alternativa
Para Rubens Shirassu Júnior, que
começou a vivenciar em 1977, “a produção contemporânea deve ser entendida como
as obras e movimentos literários surgidos nas décadas de 70 e 80 e que
refletiram um momento histórico caracterizado inicialmente pelo autoritarismo,
por uma rígida censura e enraizada autocensura. Seu período mais crítico
ocorreu entre os anos de 1968 e 1978, durante a vigência do Ato Institucional
nº 5 (AI-5). Tanto que, logo após a extinção do ato, verificou-se uma
progressiva normalização no País.
As adversidades políticas, no entanto,
não mergulharam a Nação numa calmaria cultural. Ao contrário, as décadas de 70
e 80 assistiram a uma produção cultural bastante intensa em todos os setores.
Na poesia, percebe-se a preocupação em manter uma temática social, como os
textos participantes de Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e
Ferreira Gullar. À deriva da sociedade, Roberto Piva, Cláudio Willer, Rodrigo
de Haro, Roberto Bicelli, Antonio Fernando de Franceschi, Jorge Mautner e Raul
Fiker, buscavam o desregramento estético e comportamental, influenciados por
Arthur Rimbaud, Charles Baudelaire, Antonin Artaud, Friedrich Nietzsche, André
Breton e Salvador Dali.”
Fora das
regras acadêmicas, apresentavam-se
também alguns pequenos grupos em luta contra o que chamaram "esquemas
analítico-discursivos da sintaxe tradicional". Ao mesmo tempo, esses
grupos propunham um novo sincretismo literário: surrealismo, antiautoritarismo,
hedonismo, existencialismo e o equilíbrio com a natureza, difundido por Allen
Ginsberg, Jack Kerouac, Lawrence Ferlinghetti, entre outros ícones da geração
Beat . O sintoma mais importante desses movimentos esparsos, foi o surgimento
da poesia "marginal", que se desenvolve fora dos grandes esquemas
industriais e comerciais de produção de livros. “John Howard, Luiz Carneiro,
Ronaldo Moura, Max e Dante Gatto, Paulo Trevisani Júnior, Chico da Bota e eu sempre
acreditamos na escrita intuitiva e automática do fluxo de consciência, e era
visível o embate com as regras impositivas e a miopia da ideologia do trabalho,
por isso, sempre tivemos choques com os movimentos políticos populistas de
esquerda e de direita em Presidente Prudente... Éramos rotulados de loucos,
anarquistas, visionários e estigmatizados como escritores “malditos” e
alternativos.” – destaca Shirassu Júnior.
A TRAJETÓRIA DA
LITERATURA
EM PRESIDENTE PRUDENTE
Centro
Cultural Matarazzo
Sala
de Cinema Condessa Filomena Matarazzo
Em 11 de junho de 2013
(terça-feira)
Às 19h30
Rua
Quintino Bocaiúva, Nº 749
Vila
Marcondes
Presidente
Prudente – São Paulo
Mais
informações:
centroculturalmatarazzo@culturapp.com.br
Fone:
(***18) 3226 3399
biblioteca@presidenteprudente.sp.gov.br
Fone:
(***18) 3226 3399
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