Personagem Canceriano de Ariel Guttman e Kenneth Johnson
Talvez
quem
sabe
um
dia
por
uma alameda
do
zoológico
ela
também chegará
ela
que também
amava
os animais
Entrará
sorridente
Assim
como está
na
foto sobre a mesa
Ela
é tão bonita
Ela
é tão bonita
Que
na certa
eles
a ressuscitarão
o
século trinta vencerá
o
coração destroçado já
pelas
mesquinharias
Agora
vamos alcançar
Tudo
o que não
Podemos
amar na vida
Com
o estrelar
Das
noites inumeráveis
Ressuscita-me
ainda
Que
mais não seja
Porque
sou poeta
e
ansiava o futuro
Ressuscita-me
lutando
contra
as misérias
do
cotidiano
Ressuscita-me
por isso
Ressuscita-me
quero
acabar de viver
o
que me cabe
minha
vida
Para
que não mais
existam
amores servis
Ressuscita-me
para
que ninguém mais
tenha
de sacrificar-se
Por
uma casa
Um
buraco
Ressuscita-me
Para
que a partir de hoje
A
partir de hoje
A
família se transforme
E
o pai
seja
pelo menos
o
Universo
E
a mãe
seja
no mínimo
A
Terra
A
Terra
A
Terra
Uma composição de Caetano Veloso
e Ney Costa Santos
baseada
em poema de Vladimir Maiakovski
5ª
Faixa do Lado 1
FANTASIA
Gal
Costa
Gênero:
MPB e Pop
Duração:
35:14
Formato:
LP (1981)
Gravadora:
Polygram/Philips
Um
dia, quem sabe,
ela,
que também gostava de bichos,
apareça
numa
alameda do zôo,
sorridente,
tal
como agora está
no
retrato sobre a mesa.
Ela
é tão bela,
que,
por certo, hão de ressuscitá-la.
Vosso
Trigésimo Século
ultrapassará
o exame
de
mil nadas,
que
dilaceravam o coração.
Então,
de
todo amor não terminado
seremos
pagos
em
inumeráveis noites de estrelas.
Ressuscita-me,
nem
que seja só porque te esperava
como
um poeta,
repelindo
o absurdo quotidiano!
Ressuscita-me,
nem
que seja só por isso!
Ressuscita-me!
Quero
viver até o fim o que me cabe!
Para que o amor não seja
mais escravo
de casamentos,
concupiscência,
salários.
Para que, maldizendo os
leitos,
saltando dos coxins,
o amor se vá pelo
universo inteiro.
Para que o dia,
que o sofrimento
degrada,
não vos seja chorado,
mendigado.
E
que, ao primeiro apelo:
-
Camaradas!
Atenta
se volte a terra inteira.
Para
viver
livre
dos nichos das casas.
Para
que doravante
a
família seja
o
pai,
pelo
menos o Universo;
a
mãe,
pelo
menos a Terra.
Vladimir
Maiakovski
(
1893 - 1930 )
POEMAS DE MAIAKOVSKI
Boris Schnaiderman
Augusto de Campos
Haroldo de Campos
Coleção:
signos 10
Formato:
15x20,5 cm
176
Páginas
Acabamento: brochura
9ª
edição, 2013
Editora
Perspectiva
R$
27,00
Peso: 226 g
ISBN: 9788527301183
Esta antologia traz poemas de
Vladimir Maiakovski traduzidos por Boris Schnaiderman, dos irmãos Augusto e
Haroldo de Campos. O livro conta com vários ensaios dos tradutores e
organizadores da edição sobre o poeta russo, além de apresentar o texto
"Eu mesmo", uma espécie de autobiografia de Maiakovski em notas
curtas, muito interessante, instigante, imprescindível e um material básico de
estudantes de poesia, dramaturgia e comunicação.
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