Ele a beija manchando
de batom os grandes lábios
- mil asas de borboleta à flor da pele
Apolo
é um deus da mitologia grega. O corpo coberto de uma capa em vermelho. Esbelto,
atraente e um tom enigmático. Esse adorável objeto do desejo. Pior que um gato
que esfrega o rabo entre as pernas. Ali, à espera, silencioso, todo imponente e
imóvel no papel do criado mudo.
— Você, charmoso em seu jeito frio e
calculista. Se eu ralho, não sai lágrima azul do seu olho.
Um Adônis de beleza saudável e
escultural. Nem traz despesa financeira, nem precisa de acompanhamento médico,
tratamentos, regimes ou remédios. Após as tarefas do dia. A vida na sua
essência propõe que desfrute. Só de
vê-lo — ó doçura lacta se derretendo sem morder — o arrepio lancinante no céu
da boca. A senhora deita-o no colo. Ele a beija manchando de batom os grandes lábios - mil asas de borboleta
à flor da pele. A senhora o conduz por toda a boca riscando desenhos abstratos
no espaço azul. Ela fica olhando até abrir um leve sorriso entre a alegria e a
satisfação, até que suspira como caindo num riacho fundo. De novo, observa e
acolhe o objeto de desejo, o seu bastão mágico de oito pilhas. Nem quando o
marido se foi ela sentiu tanto.
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