Liev Tolstói não constitui um gigante só no campo
literário – lembrando ser contemporâneo de escritores como Fiódor Dostoiévski, Ivan Turguéniev, Anton Tchékhov,
Charles Dickens e Honoré de Balzac –, foi um dos homens
mais importantes da Rússia de seu tempo, em muitos momentos considerado um
resumo e um modelo arquetípico do país. A presença de Tolstói na vida russa foi tão ostensiva que ele se tornaria um
messias, fundador de uma seita com milhares de seguidores, o tolstoísmo, uma
espécie de cristianismo radical.
Levou durante anos a
vida dos estudantes ricos no meio de jogos e farras. Em 1847, abandonou
definitivamente os estudos. Tornou-se senhor de vastas terras e de inúmeros
servos. Era chamado de “Conde de Tolstói”.
Até 1851 viveu ora em sua propriedade, ora em Tula ou em São Petersburgo, caçando, jogando cartas, bebendo,
levando a vida na sociedade, porém ansioso de ver sua vida tomar um rumo.
Realiza diversas
viagens pelo Ocidente. Esteve na Alemanha, França e Suíça. Em 1860, retorna
para a sua propriedade e demonstra seu interesse pelos camponeses. Durante suas
viagens procurou estudar os métodos de ensino e resolveu criar uma escola
rural. Dedica-se totalmente à educação de seus empregados chegando a escrever
livros de leitura para o uso deles.
“Se o mundo pudesse
escrever sua própria história, ele escreveria como Tolstói”, disse o jornalista e escritor russo Isaac Babel sobre um dos mais importantes nomes da literatura
universal, Liev Tolstói, retratado
por Rosamund Bartlett em “Tolstói, a
biografia”, de 640 páginas, publicada pela Biblioteca Azul. No relato,
Bartlett destrincha os diferentes períodos da vida do escritor, mostrando sua
vinculação com a sociedade russa e trazendo informações pouco conhecidas ou
lembradas. Entre elas, histórias de antepassados pitorescos que seriam modelos
de personagens de sua ficção, uma juventude marcada por amores e grandes
prejuízos nos cassinos, sua preocupação com a educação dos russos (fundou
escolas, estudou as teorias pedagógicas e organizou uma cartilha com a
pretensão de que se tornasse a base da educação nacional) e até mesmo uma
campanha humanitária que organizou para combater a miséria causada pela seca na
região de Samara, na estepe russa.
“Tolstói, a biografia” traz ainda, entre seus materiais
complementares, uma cronologia, árvore genealógica das famílias de Tolstói e de Sônia Berhs (a esposa com quem teve um atribulado relacionamento),
indicações de leituras complementares, iconografia e índice remissivo.
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