Quem quebrou o estigma e o
preconceito com o violão foi Dilermando Reis que introduziu o instrumento de
cordas, além da música popular brasileira, nos saraus das famílias ricas e
tradicionais de São Paulo e do Rio de Janeiro. De certa maneira, este livro é
uma homenagem indireta à Dilermando Reis, simbolizando todos os violonistas
anônimos que ensinaram e tocaram em serestas, bares, bordéis entre tantos
lugares e recantos de nossa Presidente Prudente, região, Estado e País.
Para as gerações que viveram os anos 60
e 70 em Presidente Prudente entre outras cidades da região oeste do Estado,
poucas eram as opções de iniciação ao estudo do violão, na maioria das vezes,
pagava-se as aulas particulares a algum músico conhecido na cidade, se o mesmo
acreditasse em você, no decorrer do tempo, dava uma dica, era para encomendar o
método do Canhoto da Paraíba, na Casa Seppa, na Rua Barão do Rio Branco. No
meio dos anos 70, o violonista Paulinho Nogueira, professor entre outros de
Toquinho e Rafael Rabelo, teve a brilhante ideia de vender o seu método de
violão em todas as bancas de jornais e revistas do Brasil.
Por falta de recursos financeiros, a
maioria dos jovens aprendia a tocar “de ouvido”, os chamados autodidatas e, com
muita sorte, dedicação e perseverança, conseguiam aprender o gênero popular. Em
seguida, alguns partiam para a guitarra elétrica na esperança de montar um
conjunto de baile, para tocar as músicas dos Beatles, Roberto Carlos, Renato e
Seus Blue Caps, dentre outras estrelas do movimento Jovem Guarda e,
posteriormente, influenciados pelos conjuntos típicos de bailes, a exemplo dos
Incríveis, The Fevers, The Jet Blacks, Pholhas e Dave McLean. Uma outra parte
ingressava nos Conservatórios Jupyra Marcondes ou Maestro Julião, através da
formação acadêmica e erudita, queria especializar-se para tocar Paco de Lucia,
Turíbio Santos, os afro-sambas de Baden Powell, Heitor Villa-Lobos, o chorinho
de Pixinguinha ou arranjos adaptados de Johann Sebastian Bach.
E hoje, aqui, em Presidente Prudente, o
violonista e arranjador Jotacê Cardoso lança o seu “Iniciação ao Violão” e fica
claro que o livro será muito importante para a formação da nova geração de
violonistas. Jotacê foi iluminado pelo espírito cristão de São Francisco,
humano e solidário ao passar o seu conhecimento adquirido, pelos anos que tocou
na noite em São Paulo, ao lado de grandes estrelas da MPB e música instrumental
brasileira. É o primeiro livro didático que será lançado por um músico de nossa
região, além de fundamental para o aprimoramento do músico e, principalmente,
uma obra de registro e consulta que deve constar na estante de pesquisadores,
apreciadores e guardada também na memória da cultura musical de Presidente
Prudente.
Grande Rubens, agradeço muito seu comentário publicado em meu livro na página 213 da versão completa. Um grande abraço em SOL Maior. Do seu amigo de batalhas culturais - Jotacê Cardoso
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