Pintura: Island of Memory, de Vladimir Kush
Aviso aos amigos, simpatizantes e colegas que ao contar
de 29 de dezembro de 2016, quinta-feira, estarei de férias num período de 30
dias. Por isso, conto com a paciência e a compreensão dos leitores, pois
retornarei a produzir textos, prosseguir com o projeto de resgatar a memória de
escritores esquecidos e a divulgar livros, no blog, em 29 de janeiro de 2017
(domingo).
Assim, escolhi para vocês, uma bela
reflexão de Mário Quintana, para que o Ano Velho vá embora, levando o sofrimento
da decepção em consequência dos tiros de tocaia, dos maledicentes, das falhas,
entre outras coisas que habitam o universo particular, pois o Ano Novo dorme
dentro de nós, na simbologia das palavras “olhos verdes”, uma questão do modo particular
de enfoque.
Esperança
Mário
Quintana
Lá
bem no alto do décimo segundo Andar do Ano
Vive
uma louca chamada Esperança
E
ela pensa que quando todas as sirenas
Todas
as buzinas
Todos
os recos-recos tocarem
Atira-se
E
-
Ó delicioso voo!
Ela
será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra
vez criança...
E
em torno dela indagará o povo:
-
Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E
ela lhes dirá
(É
preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela
lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
-
O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Do livro "Nova Antologia Poética", Editora Globo - São Paulo, 1998, Página 118.
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