Política é uma coisa
séria, eleição outra, onde fatores emocionais predominam, e quanto pode custar
(em termos de voto) um pequeno erro estratégico numa campanha eleitoral e como
modelar a imagem de um candidato neste momento e no século 21 no Brasil. Na
verdade, ele não é muito mais do que um produto a ser vendido.
Enquanto alguns metem
as mãos no próprio bolso, numa tentativa até de comprar voto, outros usam a
cabeça. E para maior tranquilidade, às vezes, nem a própria. Esses descobriram
o baú da felicidade do marketing,
artefatos para fins políticos, também. Uma ação de marketing permanente de
qualquer partido ou candidato, evitaria manifestações do tipo: “Cambada, eles
só aparecem na minha porta para pedir voto.” O mais importante do que vender um
político, o marketing aqui deve ser arma engatilhada constantemente, atirando a
posição do partido em todos os assuntos do cotidiano nacional. O marketing tem
que ser do partido e não só do candidato. É mais fácil identificar e aproximar
o candidato ao eleitor depois de ficar clara a posição do partido. O
planejamento não deve ser apenas eleitoral, mas amplo. Um exemplo que vem à sua
cabeça: o Plano Cruzado. Na hora em que foi anunciado o congelamento de
salários, tarifas e preços, os partidos que fossem, deveriam ter outdoors e
outras mensagens com posições contra ou a favor das medidas. Isso pode reforçar
a imagem do partido, atrair interessados para suas causas.
Dois pontos básicos
que devem ser permanentes nas campanhas políticas, são: 1) Não contrariar a
vocação histórica do partido nem seu conteúdo pragmático. Se um partido é
nitidamente de empresário, não tem que fazer campanha com propostas de
esquerda. 2) Aproveitar cada item do programa e ligá-lo à realidade. Como o
político quer que o eleitor o escolha como melhor se quem vota não conhece as
dificuldades que o candidato terá de enfrentar pela frente? Falar com caspa no
ombro e vassoura na mão ou propagar o uso de armas pela população talvez não
seja a melhor técnica para as campanhas de hoje. Artifícios como esses, na
verdade, devem ser renunciados. A pesquisa do perfil do eleitor jovem, depois
dos regimes militares, consegue exigir de seus candidatos apenas empregos e
casa própria. Títulos de eleitor à mão, o representante da classe média assiste
a discursos pela TV colorida à procura de quem defenda a estabilidade
econômica. É uma garantia de que ele não perderá o emprego e o status alcançado. A campanha não deve
ser dirigida só aos brasileiros maiores de 18 anos – condição sine qua non para ter em mãos o título
de eleitor. A criança de hoje tem 300 por cento mais de conhecimento, porque
está na era da internet e dos dispositivos móveis, do que aquela que dependia
basicamente da informação escrita.
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