Federico García Lorca
Teu
discurso atravessa a tela
do
século,/
ecoando
o canto do pássaro
que
mora em tua garganta
sob
os muros, grades, cercas elétricas
nos
compartimentos da fortaleza
das
cabeças cartesianas,
dos
homens uniformes.
Vestes
da instituição de controle
dos
prisioneiros no cativeiro
e
fora da jaula procuram
a
canção verde das asas farfalhando no azul
dos
arquipélagos do pensamento
nem
descansam mesmo nas ondas
que
dão velas ao recheio do peito
e
sejam soprados pela procura
em
nova rota.
Por
haver motivo
Por
estarem vivos num mundo desigual.
Quando
aqui não teve espaço
nem
bandeira que te porte,
sem
mal pode erguer o braço.
Neste
desfiladeiro, entre a angústia
e
o esquecimento, uma vela em lugar
sem
vento/
que
dispunha, por um momento.
Sem
mais saídas, confinado.
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