Estar com o livro é estar em solidão fecunda,
aquela solidão que muito tem a ver com a transcendência
Conhecer um sebo pode ser uma
experiência inusitada. Ao entrar em contato com livros de épocas e assuntos os
mais variados, pressente-se no ar, uma corrente de energia, um pouco da
experiência humana, acumulada de geração em geração.
Num livro percebemos, visualmente, a
palavra escrita. Mas, a percepção vai muito além. E é no mundo das ideias, da
criatividade que a “magia” do livro acontece em toda a sua plenitude. A
imaginação realiza voos fantásticos ao viajar por lugares, épocas ou situações
desconhecidas.
O ambiente do sebo moderno
tornou-se, intencionalmente ou não, um lugar propício para estes voos da
imaginação. São vários os elementos que contam. A começar do próprio sebista,
sempre disposto a levar “um bom papo” e até, talvez, tomar um “cafezinho” com o
frequentador que se mostre mais interessado. Afinal, trata-se do assunto
predileto, às vezes objeto de anos de dedicação do verdadeiro sebista.
É comum encontrar cadeiras ou
banquinhos espalhados pelo sebo e frequentadores cercados por pilhas de livros.
Vasculhar pelas estantes e escolher a obra certa entre centenas de livros, é
tarefa agradável, principalmente quando se considera o charme do livro antigo
que parece vir impregnado dos fluidos de quem já o leu.
Todo este clima contribui para
colorir a imaginação nos tons mais imprevisíveis e variados. E, além disso,
como diz um conhecido sebista, “estar com o livro é estar em solidão fecunda,
aquela solidão que muito tem a ver com a transcendência”.
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