Sobre Palhaços
de Timochenco Wehbi
O
palhaço diante das cadeiras
vazias
do circo.
Todo
o sal do mar
evapora
como ondas
dos
olhos e da saliva da boca.
O
espetáculo do clown
pobre,
não tem graça.
A
alegria da criança vira abóbora
no
Dia das Bruxas!
Sobe a
cortina do picadeiro:
- Vivo a
época da velocidade
da
tecnologia e das relações líquidas e virtuais,
seus
dispositivos de controle,
seu
rebanho inseguro e agarrado à prece,
espera a
vinda do Messias,
sua
cultura separatista de tribo global.
Seus
manuais de estética,
suas
campanhas, seus produtos em série,
suas
indústrias da saúde, da doença e da miséria,
na cidade
dividida por labirintos
de
tristeza, de solidão em estufas
de vidro
fumê, seus condomínios feudais emparedados
e
embalsamados, seus paraísos artificiais de desespero
e os
sonhos paralíticos transferidos às telas digitais.
As
tarefas-padrão, não irão acabar?
Contas
a pagar
por
cada picada aberta,
sangra
o drama,
o
fim de cada ato,
as
marcas fundas
das
olheiras em relevo,
no
cenário de retalhos
triangulares
e multicoloridos,
do
encontro das frustradas ações.
Sinto-me
como um arlequim
de
teatro absurdo.
Antes
que a cortina feche,
espero
que o número termine
com
espectadores e aplausos!
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