Ilustração de Ronaldo Carvalho
Quantos te esperam de peito arfado
e palpitando
e dentre os grandes lábios grossos
e úmidos,
escorre uma gema da fresta do
monte,
um odor exótico paira no horizonte.
E do teu corpo estonteante
desprende
uma estátua grega, uma Perséfone
prisioneira,
dos braços cruzados contidos,
e aos beijos de Sátiro te rendes.
Suspira fundo desprendendo
fervores,
pelos lábios de fogo das estrelas,
o transe do sangue de Baco
arrepiante,
bate as taças febris, o som
inebriante,
os olhos de Afrodite reviram sem órbita,
explodindo cores vivas no concreto,
o éter
alterando as sensações de Adônis.
Belos sentimentos dos corações, na
mente,
torpedo Tao visto no poente,
desatrelado ao canteiro deprimente.
A volúpia passa a roçar sobre as
casas
e quintais, a indiscreta e sensual
fruta
pitaia do dragão, a emoção
concretizada.
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