Em volta da roda do umbigo
circula contínua garça da graça,
uma rosa que levamos no coração,
comovida, murcha incomunicável
sob muros de sombras.
Ela é cinza das areias
do deserto imenso,
pode ser noite, pode ser pelo ar
e pela água anda:
rente ao chão verde macio
e flores apenas que voam
da voz do vento.
Como sonho de um pássaro,
movem-se apenas pétalas
veludosas, uma borbulha de flor
de nata que vemos desabrochar
a lua que envolve os noivos
de branco abraçados, quentes, cheios
de nascimento e pétalas
que se cumprem sem perguntas –
qualquer
coisa serena, isenta e fiel.
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