Ciclista (1990) de Iberê Camargo (Segunda Parte) Os exemplos reunidos nesta série de ensaios são clássicos elegantes desse modo particular de escrever que se rotula como crônica, uma iguaria de sal regado a gosto, onde são valorizadas todas as veleidades idiossincráticas – menos palavrões desse jaez. Afetação zero. Eles posam no máximo um jeitão despretensioso, próximo do coloquialismo dos papos de botequim, como costumava fazer Aldir Blanc, ou da conversa jogada fora numa praça de Copacabana, como dissimula João Antônio. Vale tudo, menos ser chato. A princípio essas crônicas tinham compromisso apenas com o efêmero, encher meia página de jornal, manter ocupados os olhos do leitor, e serem esquecidas imediatamente. Deveriam ter a durabilidade de uma notícia. Não foi possível. João Ubaldo Ribeiro, Humberto de Campos, Carlos Heitor Cony não conseguiriam. Transportadas para as páginas dos livros, as crônicas criativas mantém surpreendente vitalidade e frescor. Os cronistas desta ...
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