Quando olhamos a pintura de Roberto Bertoncini, estamos olhando para uma imagem de liberdade. Estamos olhando para o abandono tornado palpável. Bertoncini aborda o ato de pintar a partir de um lugar de total liberdade, sem um plano prévio ou uma estratégia definitiva. O que acabou na tela veio de sua intuição e foi um reflexo imediato de sua verdade. Pode ser alegria que ele sentiu, ou raiva, ou medo; pode ser uma imagem formada por pedaços de uma memória que ele guardou em sua cabeça, ou uma paisagem amada que guarda em seu coração. Quando encontramos suas pinturas, no meio de um olhar rápido ou casual, podemos ou não sentir o que sentiu. Podemos ou não reconhecer o significado exato que esperava transmitir. Mas a energia que fluí através dele a cada pincelada grita para nós. Ele nos prende no espaço e fala com qualquer coisa primal dentro de nós que a reconhece pelo que é: o eco vibrante, atemporal e universal do amor, da perda, da alegria, do medo, do orgul...
Desde 1980 divulgo as literaturas local, regional, estadual e nacional!