Tem que eliminar algum hormônio
que desenvolve os seus
dotes físicos
Não se
deve julgar nada da mulher ou do homem pelas suas imperfeições físicas e quem,
na última década do milênio, com um pouco de discernimento ficou perplexo com o
desfile de frivolidades pedindo 15 minutos de fama, como dizia Andy Warhol não
entendeu bem o espírito da coisa. Coisa no caso sendo a latente cultura do
corpo jovem e belo, que predomina no Brasil.
A
estética do consumo que pulveriza o imaginário do cidadão comum, representada
aqui pela propaganda, mostra um mundo fora da realidade brasileira e
artificial, a automatização da vida e a felicidade artificial na americanização
do mundo. É só olhar os anúncios com garotas e garotos jovens belos, atléticos
e sadios.
Consequentemente,
o jovem da periferia perdeu sua gíria e criatividade, usando onomatopéias das
histórias em quadrinhos. Parecem códigos quase indecifráveis. Alguns jovens não
aperfeiçoam os estudos, preferindo investir numa moto ou carro para desfilar
com a loira mais gostosa do bairro. Uma verdadeira batalha, mas sem compensação
financeira. Pois é, pura ilusão, pra quê? Digo que as décadas de 80 e 90 foram
o retorno das coisas mais caretas que conheci: o bambolê e o patinete, mal
compreendidos na sua época.
Lembra-se
do Big Brother, de Orwell, pode não controlar totalmente as nossas vidas,
porque não quer. Tem que eliminar algum hormônio que desenvolve os seus dotes físicos.
Pra quê essa pressa em crescer tão rápido, esquecendo de viver uma fase
importante e inesquecível de sua vida? As meninas de nossa região têm medo de
envelhecer e de ficar “por fora” da moda, dizendo que importa é o aqui e agora,
sem amanhã. Hoje, o público acima de 40 anos, detém maior estabilidade
financeira, mas ainda é pouco trabalhado pela mídia brasileira. Puro preconceito
com o segmento, ou falta pesquisa?
Comentários
Postar um comentário