Mujica
expõe a nova política,
e
um erro apaga a história de P. Prudente
Produzir uma
publicação dinâmica, ligada aos debates local, nacional e um pouco do internacional,
é uma atitude que inclui coragem, idealismo e, além disso, revive o romantismo no
século XXI. Na palavra de Zelmo Denari, José Roberto Fernandes Castilho, Maria
Angela D´Incao e Marília Libório, o jornal mensal Pio-Pardo, do qual são os editores,
com a participação de colaboradores, foge do destino imposto às pequenas
publicações voltadas ao círculo restrito de pensadores: a divulgação de um jornal
sem vínculos com os interesses de grupos políticos e empresariais, mas, sim,
com os problemas atuais de Presidente Prudente e do País.
Sua distribuição concentra-se em
três pontos estratégicos: nos condomínios residenciais, no Centro Cultural
Matarazzo e numa antiga e tradicional revistaria do centro da cidade, além dos
assinantes, onde o Pio-Pardo mantém uma proposta de atingir públicos e
temáticas mais amplas que outras mídias impressas. A ideia de um veículo
opinativo mais ágil que discutisse a conjuntura política, econômica em artigos
menores, mostrando um intelectual mais presente e contextualizado nos momentos
de Presidente Prudente e do Brasil.
No número 20, de maio último,
surpreende a abertura de espaço democrático que valoriza a poesia pelos
critérios de qualidade, pela matemática da construção, ritmo, o lirismo e a
criatividade, conforme o poema Pássaro Triste, de Raimundo Farias
de Oliveira (item Sociedade, Página 10) passando pela nova e polêmica política de
governo de Pepe Mujica, presidente do Uruguai (chamada principal de capa, Um
Homem Chamado Mujica, item Entrevista, Páginas 8 e 9), na denúncia reveladora
do erro no cálculo das legislaturas por José Roberto Fernandes Castilho (no
artigo Câmara Apaga História de PP, item Passado, Página 3).
Estranhas são as relações que os
escritores mantém com a sua cidade, seja escrevendo um romance, um poema ou uma
crônica, que personificam esta relação angustiosa, a exemplo de Gabriel García
Márquez, em Cem Anos de Solidão ou
Carlos Drummond de Andrade em Confissões
de Um Itabirano. (na crônica Beijos e Ferroadas, de Rubens
Shirassu Júnior, item Nossa Cidade, Página 6). Falando em números, pelo que
demonstram as pesquisas pouco mais de 12% do ensino público estão oferecendo,
finalmente, uma educação de qualidade. “É
ou não é o Brasil que sonhamos? Será que finalmente estamos no caminho certo?” -
escreve Vera Zahar. (no artigo A Educação dos Sonhos, item
Sociedade, Página 10). A presença de temas variados e, às vezes, hilários e
instigadores decorre das reuniões de pauta realizadas pelo Conselho Editorial.
Enquanto nos seus primeiros números,
o Pio-Pardo se caracterizava graficamente pelos voos por títulos, ilustrações com
efeitos de programas de imagem, fotos e capas trabalhadas, hoje a publicação
respeita critérios de padronização: da capa aos tipos de letras. Seu projeto
gráfico segue uma forma mais leve para o jornal, por isso, trabalha com os
espaços brancos, facilitando e agradando à sua leitura.
Na região oeste do Estado, acredito
que elevará a sua aceitação pelo fato de que, como no Brasil, faltam meios de
comunicação com a face do jornalismo denúncia, contrabalançando na abertura
interativa de e-mails e manutenção da seção cartas, serviços de utilidade
pública que promovam o debate e a reflexão. O jornal Pio-Pardo preenche essa
falta de dinamismo dos poucos jornais e revistas que se dedicam às críticas
originais, o que permeia também nos cadernos de cultura e entretenimento da
grande imprensa.
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